Panorama internacional

Presidente de El Salvador: detido assessor de segurança nacional por suspeita de ser duplo agente

O mandatário de El Salvador falou de alguns dos primeiros resultados da iniciativa anticorrupção do país latino-americano, que afetou ainda um ex-presidente.
Sputnik
Nayib Bukele, presidente de El Salvador, disse que Alejandro Muyshondt, assessor de Segurança Nacional do país, foi preso depois que as investigações descobriram que ele trabalhava como "agente duplo" para o ex-presidente Mauricio Funes (2009-2014).
Funes vive exilado na Nicarágua e é procurado pelas autoridades salvadorenhas por vários crimes.
"Quanto ao ex-assessor de Segurança Nacional Alejandro Muyshondt, ele foi preso e será entregue aos tribunais por vários crimes, entre eles o de favorecer a evasão e a divulgação de documentos secretos por um funcionário oficial em favor do ex-presidente Mauricio Funes, entre outros", declarou Bukele em um comunicado de quarta-feira (10) no X, antigo Twitter.
Segundo ele, as investigações realizadas pela Agência de Inteligência do Estado (OIE, na sigla em espanhol) realizadas no âmbito do programa de anticorrupção acordado em junho descobriram que Muyshondt era um "agente duplo" desde 2019, e que trabalhou para Funes, com quem vazou documentos confidenciais e, em vários casos, alterou versões deles para depois compartilhá-los com jornalistas, cidadãos de vários países e um governo estrangeiro não nomeado.
Nayib Bukele, presidente do El Salvador, fala durante coletiva de imprensa com o ator mexicano Eduardo Verástegui na Casa Presidencial em San Salvador, El Salvador, 28 de julho de 2023
Além disso, depois que um representante da OIE informou Muyshondt sobre uma investigação iminente contra ele, o assessor de Segurança Nacional teria vazado informações comprometedoras sobre Erick Garcia, um legislador do partido governista, principalmente sobre sua aquisição de drogas de um traficante de drogas.
Ainda, de acordo com Bukele, uma investigação conduzida pelo gabinete do procurador-geral determinou que Garcia de fato fraudou a confiança pública, enquanto outros de seus possíveis crimes ainda estavam sendo investigados.
"[...] As provas são suficientes para processar o legislador por falsidade ideológica e para retirar-lhe a imunidade parlamentar e suspendê-lo de seu cargo de legislador", continuou.
"Também há provas diretas de que o assessor de Segurança Nacional ajudou o ex-presidente Funes a fugir da Justiça e evitar ser capturado", continuou Bukele, acrescentando que foi iniciada uma investigação contra Nidia Turcios, suplente de Muyshondt e candidata a suplente no Parlamento Centro-Americano (PARLACEN, na sigla em espanhol).
Bukele afirmou que todas as informações que ele estava compartilhando foram desclassificadas por ele, sob sua autoridade e de acordo com a legislação de El Salvador.
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