A China descobriu um cidadão chinês suspeito de espionar para a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA, informou na sexta-feira (11) o Ministério da Segurança do Estado, citado pela agência britânica Reuters.
O ministério disse que o cidadão chinês de sobrenome Zeng, cujo sexo não foi revelado, assinou um acordo de espionagem com os EUA e recebeu treinamento antes de retornar à China, informou o ministério.
Zeng foi assim enviado para a Itália pelo grupo industrial-militar para continuar seus estudos, onde conheceu o agente da CIA, afirmou o ministério em um comunicado publicado em seu canal WeChat. Por meio de jantares, passeios e idas à ópera, os dois desenvolveram um relacionamento "próximo", com Zeng gradualmente se tornando "psicologicamente dependente" do agente da CIA, explica.
Esse agente, que teria o nome de Seth, posteriormente enviou Zeng, nascido em 1971, para a China. O agente prometeu uma grande quantia de dinheiro e a imigração aos EUA para a família de Zeng em troca das informações, disse o ministério.
Após conseguir "abalar" a posição política de Zeng, o agente da CIA buscou informações confidenciais sobre as Forças Armadas da China a Zeng, de acordo com a declaração da entidade, que não relatou quando este último fato ocorreu.
Depois de retornar à China, Zeng teria fornecido em várias ocasiões informações "essenciais" e embolsou fundos pelo trabalho. O Ministério da Segurança do Estado sublinhou que medidas coercivas, que normalmente significam detenção, foram tomadas contra Zeng, destacando o que disse serem os riscos e perigos de cidadãos chineses serem recrutados no exterior.
A embaixada dos EUA em Pequim não respondeu a um pedido de comentário da Reuters.
As relações entre os EUA e a China se deterioraram nos últimos anos devido a uma série de questões, principalmente nas áreas econômica, militar, mas também de segurança nacional. Washington e Pequim se acusam mutuamente de espionagem e ataques cibernéticos, e negam a responsabilidade por tais eventos.
A China convocou no início deste mês, em nome da segurança nacional, seus cidadãos a participarem do trabalho de contraespionagem, depois que uma lei antiespionagem foi expandida em julho.