Mas não é preciso ser um teórico militar excepcional para entender que com a sua ajuda a Ucrânia não será capaz de recuperar os territórios e estes pedidos são em primeiro lugar apenas uma "expressão de desamparo", está convencido o autor do artigo, Jacques Schuster.
A Rússia queria enfraquecer a OTAN, a União Europeia e destruir a Ucrânia, mas falhou, escreve Die Welt. Por sua vez, o Ocidente também acreditava que poderia, com sanções, colocar Moscou de joelhos, bem como isolar o governo russo.
Mas o Kremlin ainda tem tantos contatos ao redor do mundo que não é possível falar de "isolamento, separação e quarentena". O mesmo se aplica às esperanças ocidentais de uma contraofensiva bem-sucedida da Ucrânia.
Kiev e seus aliados esperavam que os soldados das Forças Armadas da Ucrânia, treinados e armados por americanos e europeus, tivessem sucesso rapidamente, explica Jacques Schuster. Mas nada disso aconteceu.
Assim, a contraofensiva da primavera europeia se transformou em uma de verão, e agora mesmo do outono, mas os ucranianos não conseguem avançar, e estando em uma situação tão desesperada, Kiev agora pede a Berlim mísseis de cruzeiro Taurus, destaca o autor do artigo.
Na semana passada, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que o fornecimento de mísseis Taurus "não é nossa principal prioridade no momento".
O debate sobre o envio ou não dos Taurus gerou comparações na Alemanha com a longa e dolorosa discussão sobre o envio de tanques Leopard 2 de fabricação alemã para a Ucrânia, que atingiu o auge em janeiro deste ano, após meses de deliberações que geraram frustração nos aliados internacionais de Berlim — segunda maior fornecedora de equipamento militar à Ucrânia em números absolutos.
O chanceler alemão Olaf Scholz acabou fechando um acordo com Joe Biden para enviar o Leopard 2 para Kiev — e permitir que outros países europeus fizessem o mesmo — com os EUA se comprometendo a enviar seus próprios tanques Abrams.