A Rússia está vendendo o seu petróleo a preços superiores aos estabelecidos pelo teto do G7, revelam dados da Agência de Energia Internacional (AEI) citados na sexta-feira (11) pela agência norte-americana Bloomberg.
Em dezembro de 2022 os países do Grupo dos Sete e a Austrália impuseram um teto de US$ 60 (R$ 294, na conversão atual) com o objetivo de limitar as receitas da Rússia, sua capacidade de financiar a operação militar especial na Ucrânia e, ao mesmo tempo, permitir que o petróleo russo chegue aos mercados mundiais.
No entanto, em julho, o preço por barril do petróleo cru da Rússia, composto principalmente pela variedade Urals, atingiu US$ 64,41 (R$ 316), o maior valor desde que o teto de preço foi estabelecido.
A ideia do esquema do G7 era que as empresas seguradoras ocidentais, que dominam a indústria mundial, deixariam de segurar o transporte de petróleo russo, já que o G7 proibia que estas empresas segurassem o transporte do hidrocarboneto transacionado segundo preços de mercado. Em resposta a isso, escreve a Bloomberg, Moscou tem vendido o seu petróleo a países como a China e a Índia, usando para isso uma frota de petroleiros antigos.
Megan Apper, porta-voz do Departamento do Tesouro dos EUA, assegurou que a venda do petróleo russo acima de US$ 60 não viola o teto se não usar os recursos do G7, e que a Rússia está conseguindo menos dinheiro com a venda do petróleo que há um ano, não obstante o novo sistema de venda.
Uma das outras medidas da Rússia em resposta a tais medidas dos países ocidentais tem sido o corte da produção interna, confirmado pela AEI. Ela acrescentou que um maior suprimento de combustíveis tem compensado a redução da exportação de petróleo cru.
A Rússia faturou US$ 15,3 bilhões com as exportações de seu petróleo bruto e fuelóleo em julho, um aumento de quase 20% em relação ao mês anterior, de acordo com a AIE.