Os contribuintes norte-americanos estão pagando várias centenas de dólares cada pelas constantes solicitações do governo do presidente Joe Biden ao Congresso para aumentar a ajuda militar à Ucrânia, disse Richard Stern, especialista em orçamento do think tank Heritage Foundation, citado pelo portal The Daily Signal.
Ele estimou em um artigo de quarta-feira (9) as rodadas oficiais de ajuda como chegando a "espantosos US$ 113 bilhões [R$ 558,67 bilhões]", o que significa cerca de US$ 884 (R$ 4.370) para cada família americana, um valor "quase 12 vezes maior que os cortes de gastos prometidos pela Câmara dos Representantes" para projetos de lei de orçamento anuais.
"Como no caso de todos os novos gastos federais, esse desperdício de US$ 113 bilhões foi adicionado à nossa dívida nacional e custará mais de US$ 300 [R$ 1.483] em juros por família ao longo da década", disse o economista.
Kevin Roberts, presidente do think tank norte-americano, também observa que, à medida que o conflito ucraniano "se torna um conflito prolongado, os americanos estão, com razão, cada vez mais céticos em relação ao envio de mais dólares do contribuinte e equipamentos do nosso arsenal esgotado".
Segundo Roberts, as autoridades norte-americanas "falharam em abordar as preocupações" de seus cidadãos, garantir a supervisão básica da ajuda fornecida a Kiev, e também em explicar a estratégia de Washington no conflito.
"A inflação segue alta, as famílias estão com dificuldades em pagar as contas, e a classificação de crédito dos EUA acaba de ser rebaixada", comentou também Ryan Walker, diretor executivo interino do Heritage Foundation for America, o braço popular do think tank.
"No entanto, o governo Biden está exigindo que os contribuintes americanos gastem bilhões a mais de seu dinheiro suado para financiar cegamente outro conflito internacional sem qualquer estratégia, cronograma ou supervisão claramente definidos dos EUA para a ajuda."
Walker disse que, em última análise, os cidadãos querem que "qualquer legislação seja considerada por seus próprios méritos como legislação autônoma, e seja paga sem endividar ainda mais as famílias americanas", que seja fiscalizada, e que os pedidos do governo Biden não correspondem a essa vontade do povo.
Uma pesquisa de opinião norte-americana publicada em 4 de agosto revelou que a maioria dos eleitores republicanos e independentes se opõe ao aumento da ajuda militar a Kiev.