Para David Pines, o fenômeno que descreveu se manteve um mistério por 67 anos, até uma equipe de pesquisadores da Universidade de Illinois acidentalmente comprovar a teoria da "partícula demônio".
Os "demônios" são paradoxos, leis antinaturais ou simplesmente, hipóteses, cujas condições são impossíveis de replicar.
Pines descobriu que os elétrons, sob as condições certas, poderiam interagir entre si e formar uma quasipartícula sem massa, sem carga elétrica e incapaz de interagir com a luz, ou seja, estava lá, mas não podia ser vista.
Em um recente estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores estavam estudando as propriedades eletrônicas do rutenato de estrôncio, um metal que possui semelhanças com supercondutores de alta temperatura, quando fizeram a descoberta.
Mais precisamente, a quasipartícula surgiu quando a equipe usava uma técnica não convencional disparando elétrons em amostras do metal para observar os plásmons que surgiam nele.
Para confirmar a teoria, os pesquisadores analisaram detalhadamente o rutenato de estrôncio, a partir de um cálculo microscópico, encontrando uma partícula em duas bandas de elétrons oscilando fora da fase com magnitude quase igual, como descrito por Pines.
A descoberta dá pistas sobre o que sabemos sobre os supercondutores e pode abrir a porta para novas experiências a fim de poder incorporar estes materiais à nossa vida cotidiana.