Panorama internacional

Javier Milei surpreende e sai na frente nas eleições primárias na Argentina

Javier Milei, candidato presidencial do partido La Libertad Avanza, em Buenos Aires, Argentina
Contrariando as previsões dominantes nas últimas semanas, as primárias da Argentina tiveram como principal vencedor o deputado ultraliberal Javier Milei.
Sputnik
Milei, do partido La Libertad Avanza, foi o candidato mais votado neste domingo (13), com 30,2% dos votos com mais de 95% das urnas apuradas, enquanto a coalizão de oposição Juntos por el Cambio obteve 28,3% e a aliança peronista e governista União pela Pátria - 27,2%.
"Construímos esta alternativa competitiva que dará fim não só no kirchnerismo, como também na raça parasitária, inútil e de ladrões que afunda o país", afirmou Milei em discurso após os resultados.
Milei é economista de formação e ficou famoso comentando o tema na imprensa. Em 2021, foi eleito deputado federal por Buenos Aires.
Suas propostas para a economia, que incluem substituir o peso argentino pelo dólar e fechar o Banco Central, colaboraram para alavancar sua candidatura. Milei também já defendeu medidas como a legalização da venda de órgãos e o fim das escolas públicas.
Vista do Banco Nacional da Argentina — construído entre 1937 e 1955 pelo arquiteto Alejandro Bustillo, em estilo monumentalista com linhas neoclássicas — em Buenos Aires, 27 de maio de 2022
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Seu posicionamento e a forma agressiva de falar renderam ao ultradireitista a alcunha de "Bolsonaro argentino", reforçada por sua proximidade com o deputado Eduardo Bolsonaro.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, em 10 de agosto, o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou um vídeo em apoio ao candidato do país vizinho, dizendo que ambos tinham "muito em comum".
O presidente Alberto Fernández, que não concorreu, afirmou que o país escutou "a voz do povo".
"Agora começa a verdadeira campanha a favor da democracia e dos direitos do povo. Vamos continuar unidos, defendendo a pátria e o trabalho, cuidando dos direitos do povo", afirmou o presidente.
Quando se assinalam 40 anos de democracia, apenas 69% dos argentinos participaram das eleições, sendo a porcentagem mais baixa nas eleições presidenciais do país desde 2011.
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