"Uma saída dos EUA do conflito exigirá que a administração abandone abruptamente as alegações de que o futuro da paz global e da democracia dependem da derrota da Rússia [...]. A Casa Branca terá que convencer o público repentinamente de que as apostas envolvidas são, de fato, substancialmente mais modestas do que tem sido afirmado", opina o colunista.
Marcetic observou que os EUA não têm mais ilusões sobre o sucesso da Ucrânia no front, o que, em sua opinião, torna a retirada, à custa do prestígio e da confiança nos EUA e OTAN, uma questão de tempo.
"Isso poderia colocar a Casa Branca em uma posição difícil: acabar com o conflito em termos menos favoráveis à Ucrânia do que anteriormente prometido, enfrentando críticas semelhantes às que se seguiram após a retirada do Afeganistão; ou continuar o conflito na esperança de futuros sucessos. Acontece que os ânimos da população americana podem piorar, o que reduzirá as chances de reeleição [de Biden]", aponta Marcetic.
Segundo o analista, quanto mais tempo a Casa Branca atrasar a elaboração de uma solução diplomática, mas difícil será implementá-la, e as baixas entre os ucranianos serão ainda maiores.
Moscou tem indicado repetidamente que está pronta para negociações, mas Kiev introduziu uma proibição legislativa quanto a conversações. Como foi afirmado no Kremlin, a situação na Ucrânia pode se resolver de maneira pacífica, desde que a situação de fato e as novas realidades sejam levadas em conta, todas as demandas de Moscou são bem conhecidas.