A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) disse nesta sexta-feira (18) que concordou com um "Dia D" não revelado para uma possível intervenção militar se os esforços diplomáticos falharem, enfatizando que não manterá um diálogo interminável com a junta desafiadora.
"Estamos prontos para partir a qualquer momento que a ordem for dada. O Dia D também está decidido, o que não vamos divulgar. Enquanto falamos, ainda estamos preparando [uma] missão de mediação no país, então não fechamos nenhuma porta [...] [mas] não vamos nos envolver em um diálogo sem fim", afirmou Abdel-Fatau Musah, comissário da CEDEAO para Assuntos Políticos, Paz e Segurança citado pela Reuters.
Oficiais militares depuseram o presidente do Níger, Mohamed Bazoum, em 26 de julho, levando o bloco a ordenar que uma força de prontidão fosse reunida. No começo de agosto, Abdourahmane Tchiani, novo líder militar do país, advertiu contra ameaças de intervenção internacional e disse que "não cederemos", conforme noticiado.
"Já concordamos e ajustamos o que será necessário para a intervenção. A decisão é que o golpe no Níger é um golpe a mais para a região, e estamos colocando um fim nisso neste momento, estamos traçando a linha na areia", acrescentou Musah hoje (18), recusando-se a compartilhar quantas tropas seriam mobilizadas e outros detalhes estratégicos.
De acordo com Antinekar Al-Hassan, conselheiro político do ex-presidente Mohamed Bazoum, uma intervenção da CEDEAO no país africano pode resultar em toda uma África em guerra.
"Acho que a CEDEAO não saberá o preço deste erro de intervenção militar no Níger, porque se eles intervirem militarmente, isso significa que toda a África estará em guerra", disse o conselheiro à Sputnik.