Após o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto ontem (17) na CPI do 8 de Janeiro, afirmando que foi cinco vezes ao Ministério da Defesa em 2022 e afirmou ter se reunido com o então chefe da pasta, o general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, a cúpula do Exército atuará para se distanciar ao máximo das revelações feitas por Delgatti.
De acordo com a coluna de Bela Megale em O Globo, a ordem é não sair em defesa de nenhum nome citado e tratar as condutas como individualizadas, ou seja, distantes da força, ao menos nesta nova gestão. A determinação é que os citados que devem se explicar.
Ainda segundo a colunista, integrantes da cúpula das Forças Armadas consideraram "um absurdo" o encontro do hacker com membros do Ministério da Defesa para falar sobre urnas eletrônicas, e a conclusão é que o episódio proporcionou a instrumentalização da atuação dos militares e que não trouxe nada de novo, já que o relatório final não aponta fraude alguma no sistema eleitoral.
A mídia ainda afirma que é consenso hoje entre integrantes do alto comando, que as Forças Armadas erraram ao entrar na fiscalização das urnas, papel que nunca pertenceu à instituição, e o único caminho para resgatar a respeitabilidade é focar nas atividades constitucionais, como a proteção das fronteiras nacionais, e se afastar da política.
O ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira nega que tenha se encontrado com Delgatti e que a conversa do hacker na sede da pasta aconteceu com um técnico.
Ontem (17), o ex-presidente, Jair Bolsonaro, disse que Delgatti estava "fantasiando" muita coisa e que "acordou inspirado", visto que só o encontrou "uma vez no café da manhã no Palácio do Alvorada" e nunca havia falado com ele por telefone como apontado no depoimento do hacker, conforme noticiado.