Nancy Faeser, ministra do Interior da Alemanha, criticou as empresas de telecomunicações locais por não se apressarem em dispensar os equipamentos de rede 5G da chinesa Huawei.
Ela questionou, em uma entrevista publicada na sexta-feira (18) pelo jornal alemão Handelsblatt, a segurança do equipamento da estatal chinesa, e lembrou que a análise dos componentes da empresa chinesa pelas respectivas autoridades ainda não foi concluída.
"Mas é claro que os riscos são conhecidos há muito tempo. Nossas autoridades de segurança têm alertado repetidamente contra dependências unilaterais", disse Faeser.
"Acho que os provedores tiveram tempo suficiente para se adaptar a isso", acrescentou.
A ministra também descartou os problemas de custo que os fornecedores alemães enfrentariam, caso parassem de usar produtos chineses, sublinhando que "não vou me deixar enganar pelo argumento".
Faeser deixou claro que se houver "sérios riscos de segurança", o governo, que ainda está avaliando, proibirá os componentes da Huawei. Nesse caso, as operadoras alemãs "terão que agir", de acordo com a alta responsável.
As principais provedoras de telecomunicações, como a Deutsche Telekom, resistem há muito tempo às restrições impostas por Berlim ao uso de equipamentos da Huawei, temendo que a remoção dos componentes chineses aumente drasticamente o custo da construção de novas redes e da manutenção das existentes.