Autoridades polonesas temem retaliação de Estados-membros da União Europeia (UE) se Varsóvia prosseguir com os planos de banir grãos ucranianos de seu mercado, violando as políticas do bloco, informou a mídia local.
Até 20 dos 27 Estados-membros da união se opõem a estender a atual proibição endossada pela UE à importação de alguns produtos ucranianos por cinco nações que fazem fronteira com o país, informou a rádio RFM ainda no sábado (19).
Bruxelas inicialmente impôs a medida a pedido da Polônia, Hungria, Romênia, Eslováquia e Bulgária quando a produção ucraniana inundou seus mercados. Os países querem que a proibição permaneça em vigor até pelo menos o final do ano, em vez de expirar em 15 de setembro.
O ministro da Agricultura polonês, Robert Telus, afirmou no mês passado que seu governo imporia uma proibição unilateral caso a UE não atendesse a esse pedido. Varsóvia fez exatamente isso em abril, antes que a Comissão Europeia recuasse relutantemente e estendesse oficialmente a proibição.
Fontes citadas pela RFM disseram que as autoridades polonesas estavam preocupadas com a perspectiva de retaliação unilateral de países como a Alemanha, que provavelmente seria imposta mais rapidamente do que uma resposta equivalente da Comissão Europeia.
De acordo com uma fonte, a Romênia não quer confronto. Se os outros países fronteiriços concordarem e apenas a Polônia e a Hungria reintroduzirem a proibição, Bruxelas não hesitaria em sua resposta, de acordo com o veículo.
As cinco nações também estiveram envolvidas em negociações com a Comissão e a Ucrânia sobre possíveis subsídios da UE para o trânsito de grãos, informou a Rádio Polonesa no sábado. Bruxelas poderia gastar até € 30 (R$ 162,63) por tonelada de grãos para aumentar a lucratividade das exportações ucranianas.
A Polônia e seus aliados estão tentando vincular os subsídios à continuação das restrições às importações, disse a agência.
A UE suspendeu as tarifas e cotas de importação de produtos ucranianos no ano passado para apoiar seu esforço de guerra contra a Rússia. O grão barato causou turbulência nos mercados da Europa de Leste e provocou protestos em massa de agricultores.