Segundo a Associated Press (AP), dados de rastreamento de navios analisados pela mídia mostraram que o Suez Rajan, com bandeira das Ilhas Marshall, iniciou a transferência de horas de navio para navio de seu óleo para outro navio-tanque, o MR Euphrates, perto de Galveston, cerca de 70 quilômetros a sudeste de Houston.
Embora os EUA e a República Islâmica do Irã estejam trabalhando para negociar bilhões de dólares em ativos iranianos congelados na Coreia do Sul em troca de prisioneiros, Teerã tenta fugir das sanções e continuar vendendo seu petróleo no exterior, enquanto os EUA e seus aliados apreendem cargas do país desde 2019, depois que o acordo nuclear do país que permitia o comércio entrou em colapso.
O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã tem alertado que os envolvidos no descarregamento da carga do Suez Rajan "devem esperar ser contra-atacados". Como resposta, a Marinha dos EUA tem aumentado sua presença de forma constante nas últimas semanas no Oriente Médio, através do estreito de Ormuz.
O Suez Rajan tem sua história iniciada em fevereiro de 2022, quando o navio teria saído da ilha de Khargh, no Irã, seu principal terminal de distribuição de petróleo no golfo Pérsico. Durante meses, ele ficou parado no mar do Sul da China, ao largo da costa nordeste de Cingapura, antes de navegar repentinamente para o golfo do México sem explicação. Analistas acreditam que a carga do navio provavelmente foi apreendida por autoridades norte-americanas, embora ainda não houvesse documentos judiciais públicos envolvendo o Suez Rajan até o último domingo (20).
Como resposta, o Irã informou que o país apreendeu dois petroleiros perto do estreito de Ormuz, incluindo um com carga para a petroleira americana Chevron.
"Declaramos que responsabilizaremos qualquer empresa de petróleo que tente descarregar nosso petróleo da embarcação e também responsabilizamos a América", disse o contra-almirante Alireza Tangsiri na época. "A era do bater e correr acabou e, se eles baterem, devem esperar ser contra-atacados."
A missão do Irã nas Nações Unidas não respondeu a um pedido de comentário da mídia sobre o descarregamento do Suez Rajan, que pelo tempo de espera para uma solução no golfo do México, acabou se tornando uma questão política para o governo Biden.
Ainda segundo a AP, um grupo de senadores democratas e republicanos dos EUA pediu em uma carta datada de quarta-feira (16) à Casa Branca uma atualização sobre o que estava acontecendo com a carga do navio, estimada em cerca de US$ 56 milhões (cerca de R$ 278,9 milhões). Para os senadores, o dinheiro poderia ir para o Fundo de Vítimas dos EUA do Terrorismo Patrocinado pelo Estado, que compensa os afetados pelos ataques de 11 de setembro, a crise dos reféns no Irã em 1979 e outros ataques.
"Devemos a essas famílias americanas o cumprimento de nossas sanções", dizia a carta.