O principal objetivo de Kiev é chegar ao mar de Azov, a fim de separar a península da Crimeia do território da Rússia continental. De acordo com o jornal, atualmente a Ucrânia tem mais tropas na frente oriental, em Artyomovsk (Bakhmut, na denominação ucraniana) do que no Sul, setor "estrategicamente muito mais significativo".
"Os planejadores americanos aconselham a Ucrânia a se concentrar no front em direção a Melitopol […] e em ultrapassar os campos minados russos e outras defesas, mesmo que os ucranianos percam mais soldados e equipamentos no processo", afirma o The New York Times.
O Ministério da Defesa da Rússia estima que a Ucrânia tenha perdido 45.000 militares e mais de 5.000 veículos nos últimos dois meses de combate, sem ter conseguido penetrar as linhas de defesa russas.
"Somente com uma mudança de tática e uma mudança radical se pode mudar o ritmo da contraofensiva", disse um funcionário dos EUA ao jornal.
A insistência de Kiev em manter uma grande força no Leste é particularmente "desconcertante" para os oficiais estadunidenses e britânicos, já que a doutrina ocidental exige empenhamento em um esforço principal claro. Eles argumentam que uma força menor no Leste poderia servir para fixar as tropas russas e, embora a Ucrânia teoricamente tenha tropas suficientes para retomar Artyomovsk, fazê-lo "levaria a um grande número de perdas para pouco ganho estratégico".
Kiev está atualmente "recorrendo às suas últimas reservas estratégicas" e analistas ocidentais anônimos temem que as forças ucranianas "possam ficar sem forças" em meados de setembro, mesmo antes de uma mudança no clima transformar o terreno em lama intransitável.