O módulo lunar indiano pousou no inexplorado polo sul da Lua no dia de ontem (23), tornando a Índia o primeiro país a alcançar esse feito. A aterrissagem suave e clássica do módulo de pouso após uma tentativa fracassada em 2019, de acordo com a Reuters, gerou uma onda de celebração no país pelo feito científico histórico da Índia.
Segundo o chefe da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, na sigla em inglês), S. Somanath, o módulo de pouso e o veículo espacial estão em boas condições e "ambos estão funcionando muito bem", mas os experimentos ainda não começaram.
Chandrayaan (veículo lunar em hindi e sânscrito) levou o rover denominado Pragyan até a Lua com a expectativa de que ele permaneça funcional por duas semanas, ou um dia lunar, tempo projetado para seu funcionamento.
Muçulmanos agitam bandeiras nacionais enquanto comemoram o pouso bem-sucedido da espaçonave Chandrayaan-3 no polo sul da Lua, nas ruas de Mumbai, 24 de agosto de 2023
© AFP 2023 / Punit Paranjpe
Seu equipamento movido a energia solar possui dois instrumentos para conduzir experimentos de elementos e composição química, e um exercício robótico de planejamento de trajetória para futuras explorações. Mas de acordo com o chefe da ISRO, há muitos problemas neste trecho da superfície lunar.
"Os mecanismos, os itens móveis [...] podem ficar emaranhados com a poeira ali. Ela pode entrar nas peças móveis e emperrá-las, os rolamentos do sistema podem não funcionar, os motores podem não funcionar", disse ele à CNN.
A poeira lunar é diferente da que existe na superfície da Terra e, na ausência de ar na Lua, pode aderir aos materiais do veículo espacial, impactando o seu funcionamento, disse ele animado com expectativa da exploração.
Com um orçamento de cerca de 6,15 bilhões de rúpias (R$ 366,2 milhões), esta foi a segunda tentativa da Índia de pousar na Lua. Uma missão anterior em 2019, Chandrayaan-2, implantou com sucesso um orbitador, mas seu módulo de pouso caiu.
O sucesso da missão, além de reforçar a posição da Índia como potência espacial e elevar sua reputação de engenharia espacial com custos competitivos, também visto como um grande momento de orgulho nacional.
O primeiro-ministro Narendra Modi disse que foi parabenizado por todos desde quarta-feira (23) e que o mundo viu o pouso bem-sucedido não como uma conquista de um país, mas de toda a humanidade.
"É uma questão de orgulho e um tapinha nas costas para os cientistas indianos", disse Modi na cúpula dos BRICS em Joanesburgo, nesta quinta-feira.