O governo propôs um plano à Argentina que usaria o yuan para garantir pagamentos de exportação, a fim de contornar a grave escassez de dinheiro do país vizinho e manter o fluxo comercial, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segundo a Bloomberg.
"Será uma coisa boa para os exportadores brasileiros e será uma ótima notícia se a Argentina concordar. Eles conseguem ter um fluxo de vendas com 100% de garantia", disse Haddad a repórteres ontem (24) na África do Sul, onde participa da Cúpula do BRICS.
A ideia é trabalhar inicialmente entre US$ 100 milhões (R$ 487 milhões) e US$ 140 milhões (R$ 682 milhões) em comércio por meio de uma troca feita pelo Banco do Brasil, que converteria yuans em reais para pagar os exportadores, acrescentou o ministro. Entretanto, o governo quer testar o plano antes de decidir se vai expandi-lo.
"O Brasil ainda aguarda uma resposta do governo do presidente Alberto Fernández", disse Haddad.
Enfrentando a escassez de reservas externas, Buenos Aires tem estocado nos últimos meses linhas de swap chinesas para ajudar a pagar empréstimos ao Fundo Monetário Internacional.
Ainda disse que o uso do yuan garantirá que "não haja risco de inadimplência" em quaisquer pagamentos. A utilização do yuan pelo governo de Fernández também atingiu níveis recordes, à medida que as empresas lutam para encontrar dólares para financiar importações e operações.
A inflação em espiral e uma seca recorde atingiram em cheio a economia argentina este ano, levando-a à beira da recessão.