Ciência e sociedade

'Limite de velocidade' de buraco negro recém-descoberto indica novas leis da física

Os buracos negros em fusão podem girar a velocidades incríveis, mas há um limite que ninguém pode explicar, pois eles nunca ultrapassam 10% da velocidade da luz, mesmo que os objetos sejam mais rápidos que antes do processo de colisão.
Sputnik
Com essa descoberta, os especialistas acreditam estar se aproximando da compreensão dos eventos violentos e suas consequências.

"Conseguimos fornecer uma estimativa precisa do recuo final, produto de uma colisão de alta energia de dois buracos negros", afirmaram os pesquisadores James Healy e Carlos Lousto, do Instituto de Tecnologia de Rochester em Nova York.

Quando dois buracos negros colidem, um novo buraco negro surge com a soma da massa dos seus dois progenitores, sendo que parte da massa é transformada em energia na forma de ondas gravitacionais.
Essas ondas gravitacionais tendem a se espalhar omnidirecionalmente ao redor do buraco negro, que é esférico.
Contudo, pequenas variações na distribuição de massa nos momentos iniciais da fusão podem desequilibrar o processo, o que fará com que os buracos negros sofram um recuo no momento da fusão.
Ciência e sociedade
NASA revela buraco negro 'blazar' que aponta seu jato energético diretamente para a Terra (IMAGEM)
Estimativas anteriores indicavam que a velocidade máxima que poderia ser alcançada a partir dos efeitos sofridos por estes corpos era de aproximadamente cinco mil quilômetros por segundo em relação ao ponto de origem.
Para descobrir o limite de velocidade, os especialistas usaram um supercomputador, realizando 1.381 simulações numéricas completas de colisões entre dois buracos negros de massa igual com giros opostos apontando ao longo de seu plano orbital.
Com isso, eles conseguiram atingir a velocidade máxima, de 28.562 quilômetros por segundo, ou seja, mais de 100 milhões de quilômetros por hora.

"Em nossas simulações, demos aos buracos negros velocidades iniciais maiores do que isso, mesmo perto da velocidade da luz", afirmou Lousto.

Além disso, os especialistas descobriram que o fator que mais acelera o buraco negro final é o movimento dos progenitores, atingindo velocidades mais altas os objetos giravam no mesmo plano e em direções opostas um ao outro, havendo um desequilíbrio capaz de liberar ondas gravitacionais em apenas uma direção.
Comentar