Um tribunal iraniano decidiu que os EUA devem pagar US$ 330 milhões (R$ 1,61 bilhão) em indenizações às famílias dos mortos em um golpe de Estado de 1980, relata no sábado (26) a agência iraniana Mehr.
A conspiração do golpe de Nojeh foi um plano para derrubar a recém-criada República Islâmica do Irã e seu líder da Revolução, o aiatolá Ruhollah Khomeini, após o colapso do anterior regime, apoiado pelos EUA, afirma a Mehr.
O plano envolvia oficiais e militares da infantaria, da Força Aérea e do serviço de inteligência do Exército iraniano, tendo terminado com o aprisionamento de centenas de oficiais em 9 e 10 de julho de 1980 na Base Aérea de Nojeh, perto da cidade iraniana de Hamadã.
Em 2017, o Centro de Documentação da Revolução Islâmica declarou, com base em confissões feitas por Nasser Rokni, um piloto que colaborou com os golpistas, que os Estados Unidos desempenharam um papel importante na concepção e implementação do golpe.
O veredito foi emitido após queixas apresentadas em julho de 2022 pelos sobreviventes e vítimas do golpe de Nojeh contra o governo dos EUA e sete outras pessoas.
A agência Mizan, afiliada ao Judiciário iraniano, disse que, após ouvir os argumentos dos sobreviventes do complô dos EUA e de seu advogado, o tribunal decidiu que o governo dos EUA deve pagar US$ 30 milhões (R$ 146,21 milhões) pelos danos "materiais e morais" que causou e US$ 300 milhões (R$ 1,46 bilhão) em "danos punitivos".