Panorama internacional

Macron vê no alargamento do BRICS a possível criação de 'uma ordem mundial alternativa'

O presidente francês comentou em uma conferência os eventos mundiais, incluindo o golpe no Níger e a expansão do BRICS, que, segundo ele, representa o risco de uma "fragmentação" mundial.
Sputnik
Emmanuel Macron, presidente da França, disse na segunda-feira (28) que a expansão do BRICS cria um risco de "fragmentação do mundo".
"A expansão do BRICS mostra uma intenção de construir uma ordem mundial alternativa à atual, que é vista como ocidental demais. Tudo isso no contexto do confronto entre os Estados Unidos e a China, o que também viola o direito internacional e a ordem aceita na área do comércio internacional", afirmou Macron, falando na conferência anual dos embaixadores da França.
De acordo com o mandatário, isso cria um risco que deve ser evitado, por isso a França "pretende conversar com todos" os parceiros. Ele também disse ver um risco de debilitação da Europa.
A seu ver, a ordem internacional "está sendo desafiada", argumentando que atualmente há mais conflitos e que "o sentimento antifrancês é muito difundido".
"A França e os diplomatas foram confrontados nos últimos meses com situações particularmente difíceis em certos países, seja no Sudão, onde a França tem sido exemplar, [ou] no Níger neste exato momento", continuou, em referência ao recente golpe de Estado no último país africano.
Além disso, Emmanuel Macron prometeu que Paris lutará por uma "paz duradoura" na Europa após o conflito na Ucrânia, e que será importante trabalhar em novos tratados sobre armamentos e equipamentos militares na Europa.
A última cúpula do BRICS (África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia) foi realizada na semana passada em Joanesburgo, África do Sul, sob a presidência do país anfitrião. Durante a cúpula, Cyril Ramaphosa, presidente sul-africano, fez um convite oficial à Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã para se juntarem ao BRICS. Ramaphosa revelou que a adesão plena dos novos países terá início em 1º de janeiro de 2024.
Recentemente, 22 países expressaram seu desejo de se juntar ao bloco, incluindo os seis que já foram convidados. Tal acontece após as sanções abrangentes impostas pelos países ocidentais à Rússia devido à sua operação militar especial na Ucrânia, o que elevou a porcentagem da economia mundial sancionada para os maiores níveis de todos os tempos.
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