De acordo com a Folha de São Paulo, após o envolvimento do general de alta patente no caso das joias de Bolsonaro, o apoio que o ex-presidente tinha entre alguns membros do Exército acabou.
Segundo a apuração, existia uma expectativa de que alguns militares pudessem fazer pressão sobre o Judiciário em nome de Jair Bolsonaro por conta do envolvimento contumaz do tenente-coronel Mauro Cid, filho do general.
Mauro Cid é o pivô no caso das joias de Bolsonaro, quando o então ajudante de ordens recebeu, transportou e teria supostamente comandado um esquema para negociar a venda ilegal dos itens recebidos pela Presidência da República naquele momento. Com a recente mudança da argumentação da defesa de Cid, que alega que "um ajudante de ordens cumpre ordens" e que por isso não poderia ter sido "a mente criminosa" por trás das ações, Bolsonaro viu sua situação se complicar nas últimas semanas.
De acordo com as investigações, Cid e seu pai manejaram recursos de caixa dois em benefício de Bolsonaro, o que teria por tanto desmoralizado a Força e minado qualquer tentativa de interferência do alto comando no processo em favor dos dois ou mesmo do ex-presidente.
O general Lourena Cid passou a ser investigado quando a Polícia Federal (PF) interceptou mensagens em que o tenente diz que o pai (o general) tinha US$ 25 mil (R$ 121.967,50) em dinheiro vivo para entregar a Bolsonaro.
A defesa do ex-presidente afirma que as joias foram catalogadas para pertencer ao acervo privado dele como itens personalíssimos, e que, por este motivo, o ex-presidente poderia vendê-las no exterior sem com isso cometer um crime. A tese tem sido refutada por juristas e analistas políticos no decorrer dos fatos.
Ainda esta semana, na quinta-feira (31), a PF deve ouvir oito envolvidos no caso das joias simultaneamente.