Um dos pleitos diplomáticos mais antigos do Brasil deve ser defendido mais uma vez pelo presidente Lula em sua próxima conversa com o presidente norte-americano Joe Biden.
"Estou há mais de 15 anos brigando pela participação no Conselho de Segurança. Agora vou falar com meu amigo Biden 'você pode tratar de começar a defender o Brasil'", afirmou Lula fazendo referência à nova importância alcançada pelo país com o fortalecimento do BRICS, ainda no último sábado (26).
Em seu programa semanal Conversa com o Presidente, Lula ressaltou que a mudança no CSNU é fundamental para trazer uma nova representatividade para a ONU, que já não é a mesma de 1945, quando foi concebida.
"A gente quer renovar o Conselho de Segurança da ONU, os membros permanentes que são cinco, sabe, e nós queremos que entrem outro países para poder dar mais representatividade à ONU.[...] Então o Brasil quer entrar, a África tem países para entrar, a América Latina tem outros países, a Ásia tem, a Alemanha quer entrar, a Índia", afirmou Lula lembrando que falaria com Biden sobre o tema em uma próxima oportunidade.
Os líderes devem se encontrar na cúpula do G20, em Nova Deli, na Índia, e em setembro, nos Estados Unidos, para a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), em Nova York.
De acordo com alguns ministros de Lula, as últimas declarações dos Estados Unidos foram mais favoráveis ao pleito brasileiro, o que poderia ser um bom momento para tentar avançar com o tema.
Ainda em janeiro, quando Lula fez uma visita à Casa Branca, os presidentes assinaram uma declaração em que "expressaram a intenção de trabalhar juntos para uma reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como a expansão do órgão para incluir assentos permanentes para países na África e na América Latina e Caribe, de modo a torná-lo mais representativo dos membros da ONU e aperfeiçoar sua capacidade de responder mais efetivamente às questões mais prementes relacionadas à paz e à segurança globais".
Durante a cúpula do BRICS, na pressão de Pequim pela expansão, um colunista do Valor Econômico destacou que o governo Lula viu oportunidade de arrancar compromissos envolvendo a reforma do CSNU, que continua sendo uma prioridade de sua política externa. O governo brasileiro acabou aceitando a entrada de outros membros no BRICS, mas ao custo do apoio chinês para o pleito brasileiro na ONU.
"O acordo é entre o conjunto das pessoas. O BRICS vai começar a se posicionar. O Xi Jinping tem um problema que eu sei histórico com o Japão. Mas todo mundo sabe que o Conselho de Segurança tem que mudar", afirmou Lula.