A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, saudou "um começo importante" para Pequim e Washington administrarem as tensões nesta quarta-feira (30), de acordo com o South China Morning Post (SCMP).
Raimondo encerrou sua viagem de quatro dias à China com a criação de grupos de trabalho para facilitar futuras comunicações bilaterais entre os países, mas não avançou em qualquer negociação.
"Foi um grande passo em frente. Não podemos resolver nenhum problema sem primeiro nos comunicar", afirmou a secretária. "Foram três dias de reuniões produtivas e a maior conquista foi iniciar a comunicação regular", disse Raimondo, respondendo ao SCMP.
Raimondo, a quarta alta funcionária dos EUA a visitar a China nos últimos meses e primeira chefe de Comércio em cinco anos, testemunhou a criação de um novo grupo de trabalho governamental e do setor privado — que deve discutir e procurar resolver problemas comerciais e de investimento — e um mecanismo de revisão que envolve controles de exportação dos EUA.
Raimondo manteve um tom duro em relação à segurança nacional, que limitou o acesso da China à tecnologia avançada, e disse que também levantou preocupações sobre subsídios, ataques a empresas de consultoria dos EUA, falta de condições de concorrência equitativas e roubo de propriedade intelectual às autoridades chinesas durante a sua visita.
"Não há espaço para negociação quando se trata de proteger a segurança nacional dos Estados Unidos, incluindo a detecção de tecnologia emergente", disse ela, alegando que ambos os lados concordaram em facilitar novas negociações e descobrir como proteger os segredos comerciais e a propriedade intelectual.
Raimondo apelou para China "promover a transparência e a aplicação justa de leis e regulamentos para garantir estabilidade e previsibilidade no ambiente de negócios para os EUA e outros investidores", em uma reunião com o secretário do Partido Comunista de Xangai, Chen Jining, nesta quarta-feira, segundo o Departamento de Comércio dos EUA.
"As empresas precisam de um ambiente regulatório previsível. Não vamos regressar aos dias em que dialogávamos pelo diálogo", pontuou a secretária.