Panorama internacional

Zelensky volta a se irritar com Lula e diz que Brasil 'apresenta contradições'; Itamaraty rebate

Líder ucraniano afirmou que o presidente do Brasil precisa "perceber" melhor as coisas para dizer algo. Chancelaria brasileira rebateu Zelensky dizendo que não recebeu suas declarações como críticas uma vez que sempre condenou o conflito.
Sputnik
Em entrevista à RTP ontem (29), o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, criticou mais uma vez a posição do governo brasileiro sobre o conflito na Ucrânia. Para Zelensky, o Brasil apresenta "contradições" em seu posicionamento, mas ao mesmo tempo, o líder ucraniano diz que precisa do país sul-americano "integralmente ao seu lado".

"Precisamos antes de tudo do Brasil, um país com influência no território da América Latina. E quero muito que o Brasil esteja integralmente ao nosso lado [...]. O presidente Lula deve perceber claramente que a guerra é na Ucrânia, não é na Rússia, nem no Brasil, nem na África, nem nos Estados Unidos. As vítimas são os ucranianos, não são os brasileiros, nem os outros europeus, nem os americanos. Para dizer algo, é necessário perceber quem é a vítima e quem é o agressor", declarou o presidente da Ucrânia.

Zelensky ainda deu uma alfinetada e disse que Kiev está aberta a receber sugestões para paz, desde que não se baseiem na concessão de territórios para a Rússia: "Isso não é coerente com nossos pensamentos e não é compatível com o respeito à nossa integridade territorial e soberania", destacou.
Em seguida, a chancelaria brasileira respondeu à entrevista e disse que "respeita as declarações do presidente Zelensky e não as considera críticas porque sempre condenou a invasão do território ucraniano", reiterando que defende o fim das hostilidades e a solução do conflito entre os dois países por meios diplomáticos, segundo a RTP.
Em abril deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Moscou deveria retirar as tropas da Ucrânia, mas que o governo ucraniano também não pode "querer tudo o que quer" em relação a territórios, acrescentando que a tomada da Crimeia pelos ucranianos "não deveria nem ser discutida", conforme noticiado.
Kiev rebateu Lula na época dizendo que "não há razão legal, política ou moral para justificar o abandono de um único centímetro do território ucraniano".
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História sem fim: os desencontros entre Lula e Zelensky
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