Panorama internacional

Presidente eleito da Guatemala denuncia golpe de Estado em curso

Declaração é dada após a Comissão Interamericana de Direitos Humanos pedir medidas de proteção a Bernardo Arévalo e exortar autoridades a respeitarem o resultado das urnas.
Sputnik
O presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, denunciou nesta sexta-feira (1º) que há um golpe de Estado em curso no país, promovido por políticos e funcionários corruptos que buscam quebrar a ordem constitucional e violar a democracia, ignorando o resultado das eleições de 20 de agosto.

"Estamos a assistir a um golpe de Estado em curso, em que o aparelho de Justiça é utilizado para violar a própria Justiça, zombando da vontade popular expressa livremente nas urnas em 20 de agosto", sublinhou Arévalo, em conferência de imprensa.

Pouco menos de duas semanas após as eleições presidenciais, o país já enfrenta confrontos políticos de grande escala. Em 24 de agosto, apenas quatro dias após vencer as eleições, Arévalo disse ser alvo de um plano de assassinato. A declaração do presidente eleito foi dada pouco após a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pedir às autoridades do país medidas cautelares de proteção a Arévalo e à futura vice-presidente, Karen Herrera.
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Na última quinta-feira (31), a comissão divulgou uma nota exortando as autoridades da Guatemala a respeitarem o resultado das urnas. A nota destaca a suspensão do registro de pessoa jurídica do partido de Arévalo pelo tribunal superior eleitoral do país, oito dias após sua vitória nas urnas.

"A CIDH observa com preocupação a decisão de suspender o registro do Semilla, que violaria um amparo provisório emitido pela Corte Constitucional e teria o objetivo de impedir a posse de membros do partido eleitos para a presidência e vice-presidência da República e outros cargos públicos. Da mesma forma, [a suspensão do registro] teria sido ordenada sem cumprir os fundamentos e o processo estabelecidos na Lei Eleitoral e dos Partidos Políticos, o que poderia restringir arbitrariamente a liberdade de associação e os direitos políticos", diz a nota.

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