Nesta semana, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciou que o órgão vai disponibilizar uma linha de crédito de R$ 500 milhões para financiar o audiovisual brasileiro. De acordo com a Folha de São Paulo, o presidente afirmou que a indústria criativa representa um setor importante da economia, motivo pelo qual merece mais investimentos.
"Precisamos de uma agenda ofensiva em defesa da cultura, do cinema e do audiovisual brasileiro. Um banco público tem uma relação profunda com o desafio de impulsionar a cultura, a economia criativa e todo o audiovisual", afirmou.
Para impulsionar a ação, Mercadante decidiu que o BNDES vai mandar uma missão à Coreia do Sul. A ideia é estudar a política daquele país para o fomento da produção cultural local. A fatia de mercado do cinema coreano, por exemplo, é superior a 50% — por aqui, a mesma fatia é de 2%, escreve a coluna de Ancelmo Góis em O Globo.
"Ao contrário daqueles que patrocinam uma guerra cultural contra o que existe de melhor na identidade nacional e na cultura, dizendo que é desperdício de recursos, [nós sabemos] que cultura gera renda, emprego e impostos", afirmou Mercadante.
Segundo o ex-ministro da Educação, o impacto direto, indireto e induzido da cultura representou R$ 55,8 bilhões em 2019, gerou 657 mil empregos e R$ 7,7 bilhões em impostos.
A autoridade ainda acrescentou que o Brasil precisa de reserva de tela. Esse mecanismo obrigaria a exibição de filmes nacionais nos cinemas por um número de dias fixo. A cota de tela havia sido editada em 2001 e não foi renovada depois de 20 anos, data limite da medida provisória, relembrou a Folha.