O Japão está seguindo uma linha de nova militarização, se esquecendo da tragédia de 1945, disse Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, em declarações publicadas no domingo (3) no Telegram.
"É lamentável que as autoridades japonesas estejam seguindo uma política de nova militarização do país, elas se tornaram herdeiras daquele Japão que uma vez teve um fim inglório. Em sua adoração pelos Estados Unidos, elas se esqueceram há muito tempo da tragédia de centenas de milhares de concidadãos que arderam vivos em chamas nucleares e foram envenenados pela radiação por muitas gerações", disse no domingo (3) Medvedev.
Ele falava em Yuzhno-Sakhalinsk, no sul da ilha de Sacalina, Extremo Oriente da Rússia, por ocasião do Dia da Vitória Sobre o Japão Militarista e o Fim da Segunda Guerra Mundial, que é comemorado em 3 de setembro.
O alto responsável russo referiu que o Japão também está suspendendo as restrições, adotadas após a Segunda Guerra, "às chamadas Forças de Autodefesa e às operações militares no exterior".
"Vemos tentativas constantes de reescrever a história, justificar crimes de guerra, encobrir seus autores e, tal como em meados do século passado, dar apoio a mais um regime nazista, desta vez, infelizmente, na Ucrânia", apontou Medvedev.
Segundo Medvedev, "o Japão deve aprender as lições da história e reconhecer plenamente os resultados da Segunda Guerra Mundial, fazer todo o possível para evitar que o fogo de uma terceira guerra se acenda e abandonar seus planos militaristas em prol de seu próprio povo".
Na opinião de Dmitry Medvedev, ao bombardear as cidades japonesas, "os Estados Unidos só queriam demonstrar suas próprias ambições imperiais e força bruta".
"Os Estados Unidos da América estão prontos para agir agora da mesma forma, quando, pelas mãos de seus vassalos, estão travando guerras híbridas em todos os continentes do mundo, em particular na Ucrânia", disse Medvedev.
Em agosto de 1945, aviões estadunidenses lançaram bombas atômicas sobre as cidades chinesas de Hiroshima e Nagasaki. Como resultado da explosão atômica e das suas consequências, em Hiroshima morreram 140 mil pessoas (de uma população de 350 mil). Outras 74 mil pessoas em Nagasaki também se tornaram vítimas mortais do bombardeio nuclear. Os civis constituíam a maioria esmagadora dos mortos.