Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançaram nas redes sociais uma campanha de boicote aos tradicionais desfiles do Exército em celebração ao 7 de Setembro, comemorado na próxima quinta-feira.
Postagens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica receberam, nos últimos dias, centenas de comentários de apoiadores de Bolsonaro afirmando que "não há o que se comemorar" e criticando as Forças Armadas por frustrarem bolsonaristas ao não promoverem um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais.
O movimento foi intitulado de "Fique em Casa", em alusão à campanha lançada em 2020 para conter o alastramento da COVID-19. Em postagens do Exército na rede social X, antigo Twitter, alguns usuários afirmaram terem sido traídos, chamaram soldados de "melancia" (termo usado para designar comunistas disfarçados) e se posicionaram contra a celebração da data.
Diante da alta expectativa pelo primeiro 7 de Setembro do terceiro mandato de Lula, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou a jornalistas que "não há indicação de ataque" e destacou que as celebrações vão ocorrer em "clima de tranquilidade". "Não vamos permitir que se repita o 8 de janeiro", disse o ministro nesta segunda-feira (4), durante o lançamento do Programa de Ação na Segurança (PAS) e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2) em Vitória, no Espírito Santo.
No caso do Rio de Janeiro, o desfile retornará para a avenida Presidente Vargas, no Centro da cidade. Em seus quatro anos de gestão, Jair Bolsonaro trouxe as comemorações para a orla da praia de Copacabana, e passeatas na data se tornaram uma marca do governo do ex-presidente.