O embaixador chinês no Níger, Jiang Feng, disse nesta segunda-feira (4) que Pequim pretende atuar como agente mediador na crise política que assola o país africano.
A declaração foi dada após um encontro de Jiang com Ali Mahamane Lamine Zeine, primeiro-ministro nigerino, nomeado por militares que tomaram o poder no país.
"O governo chinês pretende prestar bons serviços e desempenhar o papel de mediador para encontrar uma solução política para a crise no Níger, com total respeito pelos países da região", disse o embaixador, cujo discurso foi transmitido pela RTN, a mídia estatal do Níger.
Ele acrescentou que a China sempre adere ao princípio de não interferência nos assuntos internos de outros países.
No final de julho, os militares do Níger anunciaram na televisão nacional a destituição do presidente Mohamed Bazoum do poder e a formação do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP). Os líderes da maioria dos países ocidentais e da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram o golpe.
O Níger é uma ex-colônia francesa e permaneceu como um dos últimos aliados dos países ocidentais no Sahel. Além disso, o país possui ricas reservas de urânio, das quais a França depende. Segundo a imprensa francesa, o país africano é responsável por 15% a 17% do urânio utilizado para gerar eletricidade na França. Existem atualmente cerca de 1,5 mil soldados franceses baseados no Níger e no Chade.