Uma investigação independente não encontrou nenhuma evidência de que um navio russo tenha recolhido armas da África do Sul com destino à Rússia no final de 2022, disse no domingo (4) Cyril Ramaphosa, presidente do país.
Em maio de 2023, Reuben Brigety, embaixador dos EUA na África do Sul, disse a jornalistas locais que o navio de carga russo Lady R havia carregado armas em uma base naval perto da Cidade do Cabo em dezembro, lembra no domingo (4) a agência britânica Reuters.
As alegações provocaram um conflito diplomático entre Washington e a Cidade do Cabo, com Ramaphosa negando imediatamente as acusações, e sublinhando que elas tiveram um efeito prejudicial sobre a economia da África do Sul e sua posição no mundo.
"O painel constatou que não havia provas para apoiar a alegação de que o navio transportava armas da África do Sul destinadas à Rússia", disse Ramaphosa.
"Nenhuma licença foi emitida para a exportação de armas e nenhuma arma foi exportada", detalhou.
Ramaphosa explicou que o navio atracou na base para entregar equipamentos que foram encomendados em 2018 para a Força de Defesa Nacional da África do Sul pela empresa sul-africana de aquisição de armas Armscor.
Ele disse que não poderia revelar detalhes do equipamento descarregado porque tal poderia comprometer operações militares importantes e colocar em risco a vida dos soldados sul-africanos.
"Quando todas as questões são consideradas, nenhuma das alegações feitas sobre o fornecimento de armas à Rússia foi comprovada como verdadeira", disse Ramaphosa.
"Nenhuma das pessoas que fizeram essas alegações pôde fornecer qualquer evidência para apoiar as alegações que foram feitas contra nosso país", apontou ele.
Sem comentar os resultados, David Feldmann, porta-voz da embaixada do país norte-americano, disse que os EUA "deixarão a África do Sul falar pela conclusão de seu painel".