O primeiro-ministro do Níger, Ali Mahamane Lamine Zeine, nomeado pelos militares que tomaram o poder no país, anunciou negociações sobre a retirada dos soldados franceses do país.
Em coletiva de imprensa transmitida nesta segunda-feira (4) pelos meios de comunicação locais, Zeine disse que as negociações estão em curso e que a retirada das tropas será feita "rapidamente", afirmou que as forças francesas estão ilegalmente no país e exortou o embaixador francês no Níger a deixar o país imediatamente. "Pedimos ao embaixador francês que deixe o nosso país o mais rapidamente possível."
Zeine também se queixou das sanções impostas contra ele pela Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). "Enviamos duas queixas à CEDEAO sobre as sanções impostas ao nosso país."
Segundo o primeiro-ministro, as sanções impedem o fornecimento de medicamentos e alimentos à população. "Responderemos a qualquer tentativa de ataque ao nosso país e nos defenderemos", disse Zeine.
No final de julho, os militares do Níger anunciaram na televisão nacional a destituição do presidente Mohamed Bazoum do poder e a formação do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP). Os líderes da maioria dos países ocidentais e da CEDEAO condenaram o golpe.
O Níger é uma ex-colônia francesa e foi um dos últimos aliados ocidentais no Sahel. O país tem ricas reservas de urânio que são cruciais para a França. Segundo a imprensa francesa, o país africano é responsável por 15% a 17% do urânio utilizado nas usinas nucleares francesas para gerar eletricidade no país. Atualmente, há cerca de 1,5 mil soldados franceses baseados no Níger e no Chade.