Os EUA testaram o lançamento do míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) Minuteman III desarmado da Base da Força Espacial de Vanderberg, na Califórnia, informou a assessoria de imprensa em comunicado nesta quarta-feira (6).
De acordo com o Comando de Ataque Global da Força Aérea dos EUA, o objetivo do teste de lançamento foi validar e verificar a segurança, eficácia e prontidão do sistema de armas nucleares do país.
"O Minuteman III é um ICBM bastante antiquado e certamente cede ao míssil balístico Yars, de fabricação russa, em termos de características", disse Dmitry Stefanovich.
Quando questionado sobre por que Washington decidiu testar o lançamento do ICBM desativado, o especialista russo observou que os EUA têm se arrastado no processo de modernização e renovação completa da sua tríade nuclear, que inclui mísseis nucleares lançados em terra, submarinos com armas nucleares e aeronaves estratégicas com bombas nucleares.
"Nomeadamente, os EUA não estavam particularmente interessados em desenvolver armas nucleares após o fim da última Guerra Fria e antes do início de uma nova. Agora, claro, esta é novamente uma questão extremamente urgente [para Washington], que recentemente lançou um novo bombardeiro pesado. Também estão em andamento trabalhos para construir um novo submarino equipado com mísseis balísticos e o Sentinel, [o sucessor do Minuteman III]", disse Stefanovich.
Ele acrescentou que também se pode notar que os EUA perderam "alguma parte da chamada expertise tanto no campo da criação de ogivas nucleares quanto nas tecnologias para a produção de componentes para elas".
Implantado inicialmente em 1970, o Minuteman III foi equipado com várias ogivas menores destinadas a destruir instalações militares da então União Soviética no caso de uma troca nuclear entre os dois países.
O ICBM foi o primeiro míssil de seu tipo a transportar vários mísseis de reentrada múltipla independentemente direcionada (MIRV, na sigla em inglês), capaz de levantar três ogivas nucleares, cada uma com um rendimento explosivo de 170 quilotons, ou cerca de dez vezes a potência das bombas que os EUA usaram para destruir as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em 1945.