O G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e seus aliados pararam de realizar revisões regulares do teto de preços ao petróleo russo, embora ele esteja agora sendo negociado bem acima do limite máximo, informou a Reuters nesta quarta-feira (6), citando fontes familiarizadas com o assunto.
O limite de preço ao petróleo bruto russo transportado por mar de US$ 60 (R$ 299,39) por barril foi introduzido pela União Europeia (UE), pelos países do G7 e pela Austrália no dia 5 de dezembro. Ele proíbe as empresas ocidentais de fornecer seguros e outros serviços para remessas de petróleo bruto russo, a menos que a carga seja comprada abaixo ou no preço definido.
A UE concordou inicialmente em rever o limite de preços de dois em dois meses e fazer ajustes ao plano, enquanto o G7 disse que reveria "conforme apropriado", incluindo "implementação e adesão".
Moscou respondeu às restrições proibindo a venda de petróleo e produtos refinados a compradores que cumprissem o limite e redirecionou a maior parte dos embarques para longe do Ocidente.
A Índia e a China emergiram como principais compradores de petróleo bruto russo, enquanto os exportadores de petróleo encontraram formas de vender a mercadoria utilizando navios e serviços de seguros nacionais ou não ocidentais, tornando difícil para o Ocidente aplicar o instrumento de limite de preços.
Em agosto, o preço do petróleo de referência da Rússia, os Urais, situou-se em média acima dos US$ 74 (R$ 369,22) por barril, ultrapassando pela primeira vez o limite de preço de US$ 60. Fontes da indústria disseram à Reuters que o G7 não reviu o limite desde março e não tem planos imediatos de fazê-lo, apesar do aumento dos preços do petróleo.
"Houve algumas conversações em junho ou julho para fazer uma revisão, ou pelo menos falar sobre isso, mas isso nunca aconteceu formalmente", disse uma fonte diplomática à mídia.
Descobertas recentes da Bloomberg revelaram que as exportações de petróleo russo utilizando petroleiros segurados pelo Ocidente continuavam, apesar de o preço dos Urais ter subido para além dos US$ 60 por barril. Cerca de 40% dos navios que transportavam petróleo dos portos russos dos mares Báltico e Negro pertenciam ou eram segurados por empresas sediadas em países que aderiram ao teto de preço.
Na terça-feira (5), os preços da mistura de referência Brent saltaram acima dos US$ 90 (R$ 449,08) por barril pela primeira vez em 2023, depois de a Arábia Saudita e a Rússia terem anunciado que prolongariam os seus cortes voluntários de produção e exportação até o final do ano. O Brent recuou ligeiramente nesta quarta-feira, para pouco menos de US$ 90 por barril.