Panorama internacional

Políticas ambientais têm impulsionado apoio ao populismo de direita, diz chefe do Parlamento da UE

De acordo com a líder do Parlamento é preciso um "teste de proporcionalidade" das novas políticas climáticas para desacelerar o crescimento do euroceticismo antes das eleições.
Sputnik
De acordo com o Financial Times (FT), a chefe do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, disse que a crescente lista de regulamentações climáticas e industriais de Bruxelas está levando eleitores a optar por partidos populistas antes das próximas eleições da União Europeia (UE) em junho de 2024.
Durante uma entrevista, Metsola teria pedido por um "teste de proporcionalidade" e uma avaliação de custos adequada para as novas regulamentações.
"O euroceticismo cresceu porque os partidos de centro consideravam os seus eleitores como garantidos", acrescentou a política maltesa, referindo-se ao seu próprio Partido Popular Europeu e aos Socialistas e Democratas de centro-esquerda. Segundo ela, a resposta para a perda de terreno dessas correntes políticas precisa ser investigada levando-se em conta que crescimento econômico precisa ser debatido em conjunto com as ambições climáticas em peso e importância.
Com inflação elevada, preocupações com imigração e o custo das políticas relativas à crise climáticas correndo os padrões de vida do bloco, a população tem se inclinado para a direita entre os eleitores.
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Segundo pesquisas apontadas pela FT, partidos de extrema-direita como a Alternativa para a Alemanha e os Irmãos de Itália de Giorgia Meloni tem tido grandes ganhos em relação aos Verdes, Liberais e outros centristas. No entanto, os analistas apontam que os quatro grandes grupos pró-europeus provavelmente devem manter a maioria.
"Não fazemos teste de proporcionalidade. Não perguntamos, uma vez implementado, quanto custará realmente?", insistiu Metsola lembrando que esta será a quinta vez que ela participa das eleições europeias "e é uma pergunta que sempre nos fazem: 'Você fala de grandes projetos regulatórios, mas não quanto custam'", ressaltou.
Ainda segundo a parlamentar, as regras mais rigorosas do bloco como a proibição da venda de automóveis e ônibus a gasolina e diesel na UE a partir de 2035 — duramente criticada por fabricantes — custaria muitos empregos.
No entanto, algumas políticas ambientais são populares entre os eleitores, mas que elas deveriam ser publicizadas e aprimoradas através de ferramentas de controle social.
"Os primeiros-ministros dizem que não posso vencer uma população eurocética cada vez maior se me encontrar em uma situação em que a burocracia se abate sobre mim", disse ela apelando para que Bruxelas flexibilizasse suas regras fiscais para manter a infraestrutura pública dos governos funcionando.
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