Os militares ucranianos podem ter apenas mais um mês antes que o clima interrompa qualquer tentativa de realizar novas operações ofensivas, reconheceu Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto do Pentágono, em declarações à emissora britânica BBC.
"Ainda há uma quantidade razoável de tempo, provavelmente cerca de 30 a 45 dias de tempo de combate, então os ucranianos ainda não terminaram, essa batalha ainda não terminou. E eles não conseguiram, eles não terminaram a parte de combate do que estão tentando realizar", disse Milley em uma entrevista de domingo (10) à mídia.
"Então veremos. É muito cedo para dizer como isso vai terminar. Eles pelo menos obtiveram sucesso parcial no que se propuseram a fazer", garantiu o presidente do Estado-Maior Conjunto.
Ele citou o que afirmou ser um "progresso muito constante" e uma "profundidade de poder de combate" nas linhas de frente, mas sem entrar em detalhes específicos.
"Teremos o frio que você mencionou. Começará a chover, as chuvas chegarão, o terreno ficará muito enlameado e será muito difícil manobrar nesse ponto, e então chegaremos ao inverno rigoroso, e nesse ponto veremos como as coisas vão ficar. Mas agora mesmo é muito cedo para dizer que essa ofensiva fracassou ou não. Ainda há combates pesados em andamento. Os ucranianos ainda estão se esforçando com um progresso constante através dos vários cinturões defensivos que os russos colocaram no local", disse.
Tony Radakin, homólogo britânico de Milley, que falou no mesmo programa, deu uma avaliação ainda mais otimista, assegurando que "a Ucrânia está ganhando e a Rússia está perdendo" porque Moscou não conseguiu "subjugar" o país, apesar de esse nunca ter sido um dos objetivos russos.
"E você está vendo a comunidade internacional também aplicando pressão econômica e diplomática, e a Rússia está sofrendo por causa disso. Ela quebrou essas regras e está pagando o preço", acrescentou o almirante.
A contraofensiva ucraniana começou em 4 de junho. Kiev lançou brigadas treinadas pela OTAN e armadas com equipamentos ocidentais, incluindo os amplamente divulgados tanques Leopard, apesar de vários deles surgirem destruídos em imagens que passaram pelo Ocidente.
Três meses mais tarde Vladimir Putin, presidente da Rússia, declarou que a "contraofensiva" não era somente um "retardo, é fracasso". Sergei Shoigu, ministro da Defesa da Rússia, também relatou recentemente que as Forças Armadas da Ucrânia não atingiram seus objetivos em nenhuma das direções.