A Alemanha continua a importar grandes volumes de petróleo russo, recorrendo à Índia como fornecedora substituta depois de a União Europeia (UE) ter proibido quase todas as importações de petróleo bruto de Moscou no início de dezembro de 2022.
De acordo com uma matéria do Der Spiegel de terça-feira (12), as importações de Berlim de produtos petrolíferos provenientes da Índia aumentaram mais de 12 vezes entre janeiro e julho de 2023, em termos anuais.
O valor dessas importações disparou de € 37 milhões (cerca de R$ 195,2 milhões) nos primeiros sete meses de 2022 para € 451 milhões (aproximadamente R$ 2,4 bilhões) durante o mesmo período de 2023, segundo a análise dos dados oficiais feita pelo veículo.
As importações da Índia "foram principalmente gasóleos utilizados para produzir diesel ou óleo de aquecimento", afirma a apuração, observando que Nova Deli tem produzido recentemente uma proporção significativa desses gasóleos a partir do petróleo bruto russo.
A Alemanha, que tem sido historicamente a maior compradora de petróleo russo na UE, interrompeu as importações através de oleodutos no dia 1º de janeiro deste ano, apesar do fato de o último embargo da UE isentar as entregas canalizadas do país sancionado para o bloco.
Dados oficiais do serviço estatístico alemão Destatis mostram que as importações de petróleo bruto russo por Berlim cessaram quase totalmente durante a implementação das sanções. As estatísticas, no entanto, não contabilizam o crude de origem russa adquirido indiretamente por comerciantes globais através de transferências entre navios. De acordo com o Der Spiegel, citando dados, alguns volumes de petróleo russo comprados pela Índia acabam mais tarde de alguma forma na Alemanha.