"Isso merece o nosso repúdio veemente, não só das entidades sindicais, jornalísticas, mas de toda a categoria, no Brasil e no mundo. Afinal de contas, os jornalistas e as jornalistas não são soldados, não são combatentes, são trabalhadores que fazem o seu trabalho ao permitir a livre circulação de informações. Então, se você está fazendo a cobertura de um conflito, se você está fazendo a cobertura de um evento qualquer, você tem que ter segurança para realizar isso", avalia. "Quando um Estado realiza uma ameaça desse tipo, é algo que precisa ser condenado de maneira veemente."
"Essa manifestação pregando o assassinato de jornalistas, que foi feita por uma pessoa não só militar, mas uma representante oficial do governo ucraniano, é inadmissível. Jornalistas têm que ser protegidos", aponta.
"Há jornalistas que são ameaçados [no país]. Não podemos esquecer que, no ano passado, o jornalista Dom Phillips foi assassinado aqui no Brasil. Então, infelizmente, o trabalho jornalístico ainda é visto como uma ameaça. Basta lembrar que o governo [do ex-presidente] Jair Bolsonaro considerava os jornalistas como inimigos simplesmente porque nós trabalhávamos ali pela circulação de informações para trazer luz a algumas questões, e isso, por parte do governo Bolsonaro, era visto como uma coisa inadmissível", rememora.
"Porém, claro que quando uma representante oficial do Estado ucraniano quer promover ameaças diretas de assassinatos de jornalistas, infelizmente isso quer dizer que há pelo menos um país que certamente não está interessado em fazer essa proteção."