Os governos da Polônia, da Hungria e da Eslováquia anunciaram nesta sexta-feira (15) a decisão de prolongar o embargo à importação de grãos ucranianos, contrariando a decisão da Comissão Europeia de suspender as restrições aos produtos.
"Vamos estender a proibição à importação de grãos ucranianos. Não vamos escutar Berlim, não vamos escutar Bruxelas. Faremos isso [estender a proibição] a partir desta meia noite", anunciou o primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki.
No anúncio, Morawiecki acrescentou que a decisão da Comissão Europeia é prejudicial aos agricultores polacos. Na Eslováquia, veículos de comunicação confirmaram a prorrogação da restrição, enquanto na Hungria o ministro da Agricultura, Istvan Nagy, informou que o governo proibirá a entrada de 24 produtos de origem ucraniana.
Em junho de 2022, a União Europeia (UE) anunciou que suspenderia por um ano a cobrança de tarifas sobre mercadorias importadas da Ucrânia no intuito de ajudar Kiev a alavancar as exportações. Posteriormente, a Comissão Europeia abriu os chamados "corredores verdes", rotas fluviais e terrestres criadas para escoar em massa os grãos ucranianos.
As remessas escoadas deveriam ir para o mercado mundial, permitindo a Kiev obter receitas adicionais. No entanto, devido a problemas logísticos, a maior parte dos produtos agrícolas importados permaneceu nos países da UE que fazem fronteira com a Ucrânia, causando uma crise agrícola.
Em março deste ano, primeiros-ministros de vários países da UE pediram à Comissão Europeia que interviesse na crise causada pelo excesso de fluxo de grãos ucranianos. Em resposta, a comissão tomou medidas para restringir a importação desses insumos. Tais medidas estavam marcadas para expirar nesta sexta-feira (15). Porém os governos da Polônia, Hungria e Eslováquia pediram que o bloqueio durasse até o final do ano.