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Ganhe ou perca, Ucrânia não vai se juntar à OTAN, relata mídia

A adesão da Ucrânia à OTAN não atende aos interesses estratégicos dos Estados Unidos, escreve o autor de um artigo no portal Monitor Geopolítico.
Sputnik
A última cúpula da OTAN em Vilnius não garantiu a adesão da Ucrânia à aliança, e o presidente Vladimir Zelensky até "expressou sua insatisfação com a falta de um cronograma ou padrões definidos para a adesão da OTAN".
A decisão no final da reunião "demonstra a divergência entre os 31 membros da OTAN na questão da integração da Ucrânia", aponta a publicação.

Assim, enquanto o Reino Unido e os países do Leste Europeu apoiam a inclusão da Ucrânia na aliança, o resto dos países continua a hesitar. Os britânicos pediram aos países hesitantes "para pelo menos transmitir algum endosso verbal para a adesão da Ucrânia".

Mas só em uma coisa os Estados estão unidos, de acordo com o autor do artigo, é que a adesão à aliança só é possível após o fim do conflito. Caso contrário, a entrada de Kiev na OTAN ativaria o Artigo 5 e levaria a um confronto direto da aliança com a Rússia.
No entanto, mesmo após o fim do conflito, Kiev pode ter dificuldades em se juntar à Aliança Atlântica.
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Mencionando o Artigo 5 da Carta da OTAN, o portal indica que "é bem provável que depois do conflito entre a Ucrânia e a Rússia haja problemas de fronteira não resolvidos", e "se a situação na fronteira piorar" e a Ucrânia for um membro de pleno direito da organização, Washington terá que intervir, por exemplo, "para implantar [na Ucrânia] forças militares ou mesmo armas nucleares".

Assim, isso poderia resultar no "cenário terrível da Terceira Guerra Mundial".
Outro argumento contra a adesão da Ucrânia à OTAN é o custo financeiro de proteger uma aliança expandida. O conflito na Ucrânia "demonstrou claramente que exige enormes recursos".

E embora os países ocidentais sejam economicamente e demograficamente superiores à Rússia, eles têm muito a fazer para alcançar a paridade, porque "não investiram muito no poderio militar convencional desde o fim da Guerra Fria".

O autor também observa a dependência da Ucrânia da ajuda militar, uma grande porcentagem da qual recai sobre Washington.

Assim, se a Ucrânia for membro da OTAN, "o fardo de fornecer recursos para defender a Ucrânia no caso de uma guerra convencional ou nuclear recairá principalmente sobre Washington".

E isso, por sua vez, observa o autor, prejudica principalmente a segurança nacional dos Estados Unidos.

O Geopolitical Monitor enfatiza que "a Rússia mostrou que está pronta para lutar", e "a proposta da Ucrânia para se juntar à OTAN provavelmente dará à Rússia uma razão para continuar o conflito".

Neste sentido, a adesão da Ucrânia à aliança não resolve nenhum problema de Kiev, Washington ou Bruxelas e apenas "aumenta o custo de defesa da Ucrânia".
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