Panorama internacional

G20 demonstra que o domínio ocidental no mundo terminou, diz diplomata francês

Gérard Araud, embaixador da França nos EUA, comentou candidamente o significado da última cúpula do G20, que vê como deixando de validar os países ocidentais como "os donos do mundo".
Sputnik
A declaração do G20, desprovida de condenação aberta do conflito na Ucrânia, fala do fim do domínio ocidental no mundo, concluiu na quinta-feira (15) um diplomata francês.
"Este é o colapso do sucesso do mundo ocidental, é o fim do período em que o Ocidente dominava o mundo, um período que era normal para nós, mas que não era nada normal na realidade. Portanto, agora os outros países estão nos dizendo: 'acabou, vocês não são mais os donos do mundo, nós temos nossa própria visão'", disse Gérard Araud, ex-representante permanente da França na ONU e embaixador do país nos EUA, em declarações ao canal francês LCI.
De acordo com o diplomata, o Ocidente não pode exigir que os países africanos condenem o conflito na Ucrânia, porque não os apoiou durante as várias guerras no continente.
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"Quanto ao conflito na Ucrânia, eles o consideram uma 'guerra do homem branco', eles pensam: 'Não temos um único motivo para nos envolvermos nele, quando a guerra estava em nosso território, vocês mesmos não quiseram vir em nosso auxílio'", disse ele.
Araud sublinhou que agora "todo o mundo ocidental está unido em torno dos EUA" por causa do conflito na Ucrânia, e pediu que a França não participe desse confronto.
"A tarefa da França é tentar evitar esse confronto entre o Ocidente e o resto do mundo", disse ele, observando que "a França deve ter sua própria linha".
Anteriormente, no final da cúpula do G20 na Índia, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi anunciou a adoção da Declaração de Nova Deli, que, falando sobre o conflito na Ucrânia, afirmou que todos os países devem se abster da ameaça ou do uso da força para adquirir território. Svetlana Lukash, a sherpa, ou representante oficial da delegação da Rússia no evento, declarou que "metade do G20 se recusou a interpretar os eventos de acordo com os interesses do Ocidente".
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