Panorama internacional

G20 demonstra que o domínio ocidental no mundo terminou, diz diplomata francês

Narendra Modi, primeiro-ministro indiano, acena durante sua visita ao Centro Internacional de Mídia no final da Cúpula do G20 em Nova Deli, Índia, 10 de setembro de 2023
Gérard Araud, embaixador da França nos EUA, comentou candidamente o significado da última cúpula do G20, que vê como deixando de validar os países ocidentais como "os donos do mundo".
Sputnik
A declaração do G20, desprovida de condenação aberta do conflito na Ucrânia, fala do fim do domínio ocidental no mundo, concluiu na quinta-feira (15) um diplomata francês.
"Este é o colapso do sucesso do mundo ocidental, é o fim do período em que o Ocidente dominava o mundo, um período que era normal para nós, mas que não era nada normal na realidade. Portanto, agora os outros países estão nos dizendo: 'acabou, vocês não são mais os donos do mundo, nós temos nossa própria visão'", disse Gérard Araud, ex-representante permanente da França na ONU e embaixador do país nos EUA, em declarações ao canal francês LCI.
De acordo com o diplomata, o Ocidente não pode exigir que os países africanos condenem o conflito na Ucrânia, porque não os apoiou durante as várias guerras no continente.
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"Quanto ao conflito na Ucrânia, eles o consideram uma 'guerra do homem branco', eles pensam: 'Não temos um único motivo para nos envolvermos nele, quando a guerra estava em nosso território, vocês mesmos não quiseram vir em nosso auxílio'", disse ele.
Araud sublinhou que agora "todo o mundo ocidental está unido em torno dos EUA" por causa do conflito na Ucrânia, e pediu que a França não participe desse confronto.
"A tarefa da França é tentar evitar esse confronto entre o Ocidente e o resto do mundo", disse ele, observando que "a França deve ter sua própria linha".
Anteriormente, no final da cúpula do G20 na Índia, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi anunciou a adoção da Declaração de Nova Deli, que, falando sobre o conflito na Ucrânia, afirmou que todos os países devem se abster da ameaça ou do uso da força para adquirir território. Svetlana Lukash, a sherpa, ou representante oficial da delegação da Rússia no evento, declarou que "metade do G20 se recusou a interpretar os eventos de acordo com os interesses do Ocidente".
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