A China lidera a pesquisa tecnológica avançada em cerca de 80% das áreas críticas, incluindo hipersônica e drones submarinos, segundo um relatório de um think tank australiano, citado na sexta-feira (15) pela revista japonesa Nikkei Asia.
A classificação do Instituto de Política Estratégica Australiana (ASPI, na sigla em inglês) se baseia nos 10% de artigos acadêmicos mais citados entre 2,2 milhões publicados entre 2018 e 2022, com foco em áreas consideradas essenciais para a parceria de segurança trilateral entre os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália, ou AUKUS. Os EUA lideram as quatro tecnologias restantes.
No entanto, a China está à frente nos restantes 19, com 73,3% da produção de pesquisas de alto impacto para detecção, rastreamento e caracterização hipersônica, e 56,9% das pesquisas importantes em veículos subaquáticos autônomos.
A concorrência entre os Estados Unidos e a China é mais aferrada em áreas como inteligência artificial e tecnologia quântica.
Dos seis campos relacionados à IA, a China lidera em quatro, incluindo drones, enquanto os EUA ocupam o primeiro lugar na projeção e fabricação de circuitos integrados avançados. Com relação à tecnologia quântica, cada um dos países lidera dois de seus quatro campos. Os Estados Unidos têm uma liderança em sensores quânticos altamente sensíveis, que devem ter aplicações na computação quântica e na medicina, enquanto a China tem a vantagem na criptografia pós-quântica.
A China tem como objetivo se tornar uma das principais potências de fabricação do mundo até 2049, o ano do centenário da fundação da República Popular da China. Para isso, o país asiático se concentra em dez áreas, incluindo as novas tecnologias da informação, semicondutores, navios de alta tecnologia e ferramentas de controle numérico para robôs avançados.
O comunicado dos líderes do G7 da cúpula de maio de 2023 em Hiroshima, Japão, solicitou a circulação de talentos em tecnologia de ponta. Os líderes do Quad, composto por EUA, Japão, Austrália e Índia, também concordaram em promover investimentos em áreas críticas, como a tecnologia quântica, segundo a Nikkei.
A partir de 2022, os Estados Unidos assinaram o Ato CHIPS e Ciência de 2022 para promover o setor de fabricação no país, particularmente na área dos semicondutores, e, com a colaboração dos Países Baixos e do Japão, têm aplicado restrições cada vez mais duras sobre a exportação de chips e respectivas máquinas litográficas avançadas para a China, o que já provocou passos de retaliação por parte de Pequim, como critérios mais apertados para a exportação de certas terras-raras críticas para a produção de semicondutores.