Zelensky aceitou o convite para a conversa no hotel em que Lula está hospedado, de acordo com o jornal O Globo. Os dois líderes estão nos Estados Unidos para atenderem à Assembleia Geral da ONU deste ano.
Caso a reunião realmente se realize, ela acontece após quatro meses de desencontros. Em maio, os dois presidentes quase se reuniram durante a cúpula do G7, no Japão.
Por não ter acontecido, um apontou ao outro do porquê do resultado negativo: o Itamaraty dizendo que ofereceu dois horários diferentes ao ucraniano para reunião, e ele não apareceu. E Kiev afirmando que houve "má vontade" de Brasília para fazer que a agenda acontecesse.
O desencontro perturbou as relações bilaterais e Zelensky concedeu uma série de declarações polêmicas depois disso.
Lula e Zelensky conversaram por telefone em março deste ano. No contato, o mandatário ucraniano convidou o presidente brasileiro para visita-lo e também reforçou a vontade da Ucrânia para que o Brasil liderasse um movimento na América do Sul de aproximação com Kiev.
Ontem (17), Lula ofereceu dois horários para uma reunião com presidente ucraniano durante a Assembleia Geral da ONU, conforme noticiado. A previsão é que o encontro ocorra após a abertura do evento.
Na agenda do brasileiro, também há a previsão de uma reunião com o presidente norte-americano, Joe Biden.
A chancelaria brasileira mantém o status de neutralidade diante do conflito, enfatizando que para sentar na mesa de negociações tem que ter os dois lados, e que iniciativas de reuniões sem a presença da Rússia, como aconteceram na Arábia Saudita e na Dinamarca, promovidas pela União Europeia e os Estados Unidos, não valem a pena por terem tendencia unilateral.
O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, já declarou diversas vezes que as "preocupações de segurança da Rússia têm que ser levadas em consideração" e que as sanções ocidentais não ajudam em nada para se chegar ao cessar-fogo.