Panorama internacional

Por que os economistas de Wall Street acreditam que uma recessão nos EUA está próxima?

Economistas estadunidenses indicam que os Estados Unidos podem entrar em recessão em 2024, menciona grande imprensa.
Sputnik
A maioria dos economistas de Wall Street ainda espera uma recessão para o próximo ano, apontando uma probabilidade de cerca de 60% e expressando ceticismo em relação às promessas de um "soft landing" (período de desaceleração do crescimento econômico, porém a economia não entra em recessão) da Reserva Federal.
O que está por trás do raciocínio dos céticos?
Em primeiro lugar, eles consideram que a onda de gastos do consumidor pode estar perdendo força à medida que a poupança pública – a qual os americanos acumularam durante a pandemia da COVID-19 – está desaparecendo. Dado que o consumo pessoal constitui cerca de 70% da economia dos EUA, a diminuição desses gastos significaria problemas para a economia do país.
Em segundo lugar, os preços do petróleo estão subindo novamente. Eles subiram para mais de US$ 90 por barril (R$ 438), atingindo nesta semana o maior valor em dez meses. Alguns analistas de Wall Street não excluem que o índice de referência do Brent possa atingir os 100 dólares "por um período curto" em meio a cortes na produção e tensões geopolíticas. Segundo a mídia dos EUA, os preços da gasolina parecem estar se aproximando a uma média de US$ 4 (R$ 19) por galão: o aumento na bomba pode desacelerar ainda mais os gastos dos consumidores.
Além disso, os preços mais elevados da energia podem acelerar a inflação, levando a Reserva Federal (Fed) a manter as taxas elevadas durante algum tempo. Não é nenhum segredo que elevados custos de financiamento prejudicam o crescimento econômico.
Em julho, a Reserva Federal aumentou a taxa em 25 pontos-base, para 5,25% – 5,5%. Após os aumentos, a taxa média do cartão de crédito é agora superior a 20% – um máximo histórico. Embora espere-se que o Banco Central dos EUA evite um aumento das taxas de juros nesta semana, ele não descarta novos aumentos mais tarde.
Terceiro, os bancos reduziram os empréstimos às empresas nesse contexto dos aumentos das taxas de juros da Reserva Federal. De acordo com a imprensa dos EUA, todo um conjunto de bancos nacionais endureceu os padrões para empréstimos comerciais e industriais. E os empréstimos às empresas são essenciais para o crescimento econômico.
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Enquanto o problema está fermentando para a economia dos EUA, a administração Biden continua a ignorar os avisos de recessão. Isto é perfeitamente compreensível, dado que Joe Biden anunciou que tentará a reeleição em 2024. Assim, o presidente do país afirma que a "Bidenomia" (Biden+economia) funciona, apesar de apenas 36% dos americanos aprovarem a forma como Biden lida com a economia.
Enquanto isso, o comitê do ciclo econômico do Gabinete Nacional de Investigação Econômica (NBER, na sigla em inglês), conhecido como "árbitro oficial das crises dos EUA", define "uma recessão" como um declínio substancial na atividade em toda a economia do país que dura mais do que alguns meses.
Segundo a imprensa dos EUA, pode levar até 21 meses para declarar tal evento, uma vez que o comitê avaliaria vários dados e pesaria todos os prós e contras. Ainda assim, se se parece com um pato, nada como um pato e grasna como um pato, então provavelmente é um pato, não importa como o time de Biden e as agências federais estadunidenses chamem.
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