Paris, por sua vez, apoia a ideia de autonomia estratégica e tenta convencer outros membros da União Europeia a assinar contratos com a indústria europeia, em vez de comprar armas em outros lugares – principalmente dos EUA, Israel e Coreia do Sul.
"No momento em que os contribuintes europeus vão ter que colocar muito dinheiro na mesa [...] todos vão concordar que não é comprando o sistema Patriot americano que vamos fortalecer nossa autonomia", disse o ministro das Forças Armadas da França, Sébastien Lecornu.
No entanto, o seu homólogo alemão acredita que a prioridade deveria agora ser dada à rapidez dos contratos, e os fabricantes europeus não conseguem satisfazer todas as necessidades atuais.
"Estamos prontos para adquirir sistemas não europeus até que tenhamos desenvolvido nossos próprios sistemas na Europa. A indústria europeia de defesa, incluindo a francesa, são obviamente parceiros importantes, mas não podem entregar tudo o que precisamos", disse Boris Pistorius.
Esta não é primeira vez em que os países não conseguem concordar na esfera militar. Assim, o plano franco-alemão para um tanque de batalha de próxima geração – conhecido como sistema principal de combate terrestre (MGCS, na sigla em inglês) – que foi iniciado em 2017 tem sofrido atrasos devido a divergências.
O projeto tem se atrasado, entre outras razões, por disputas de longa data entre a França e a Alemanha sobre a divisão de responsabilidades para a construção do novo tanque e as perspectivas de exportação.