O projeto político visa à criação e à coexistência pacífica de duas nações independentes, Israel e Palestina, sem disputas políticas, territoriais e militares.
"Aqueles que pensam que a paz pode prevalecer no Oriente Médio sem que o povo palestiniano desfrute dos seus plenos e legítimos direitos nacionais estão enganados", disse Abbas.
Abbas, que desde 2005 comanda a Autoridade Nacional Palestina, órgão provisório de governo, fez ainda um apelo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, para que seja criada uma conferência internacional de constituição de um Estado palestino.
Para o político, essa pode ser a última oportunidade "para salvar a solução de dois Estados e evitar que a situação se deteriore mais seriamente e ameace a segurança e a estabilidade da nossa região e do mundo inteiro".
Arábia Saudita como fiel da balança
O discurso de Abbas foi visto como uma resposta ao do líder israelense, Benjamin Netanyahu. O político de direita, que vem dando apoio a grupos extremistas locais de ocupação, discutiu ontem (20) com o presidente americano, Joe Biden, uma possível normalização das relações com a Arábia Saudita.
Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, afirmou em uma entrevista à Fox News que enquanto ambas as nações estão conversando sobre o assunto, o andamento do acordo dependerá do tratamento dado aos palestinos.
"Se conseguirmos chegar a um acordo que atenda às necessidades dos palestinos e acalme a região, vamos trabalhar com quem quer que esteja lá", disse bin Salman.
Segundo o príncipe, a normalização das relações entre as duas nações pode ser "o maior acordo político desde o fim da Guerra Fria".