Operação militar especial russa

'Não consigo pensar em recepção pior': Zelensky enfrenta dificuldades durante visita a Washington

A visita de Zelensky a Washington foi bem diferente da ocorrida nove meses atrás, quando seus anfitriões o receberam como um herói, observou o jornal The Guardian.
Sputnik
A publicação afirmou que no final do ano passado, o líder ucraniano foi aplaudido ao discursar perante o Congresso norte-americano. Mas, em contrapartida, nesta quinta-feira (21), foi recebido com uma cerimônia simples. Além disso, Zelensky vai encarar conversas a portas fechadas com líderes do Congresso em um momento em que a ajuda a Kiev recebe cada dia mais rejeição.
Os republicanos propuseram um projeto de lei provisório que não inclui financiamento para os ucranianos, algo que o líder da maioria no Senado norte-americano, Chuck Schumer, um democrata, chamou de "insulto à Ucrânia", segundo a mídia.
"Não consigo pensar em uma recepção pior para Zelensky", disse Schumer, citado pelo The Guardian.
Por sua vez, o líder da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o republicano Kevin McCarthy, garantiu que o seu partido abordaria com considerável ceticismo o pedido pendente do presidente Joe Biden de mais US$ 24 bilhões em apoio à Ucrânia. Em declarações à ABC News divulgadas pela mídia britânica, McCarthy questionou se Zelensky foi eleito para o Congresso ou se é o presidente dos Estados Unidos.

"Penso que não preciso me comprometer com nada e acredito que tenho perguntas para ele. Onde está a responsabilidade pelo dinheiro que já gastamos? Qual é o plano para a vitória? Acho que é isso que o público estadunidense quer saber", disse o parlamentar. Mas não serão apenas os republicanos que questionarão Zelensky, segundo o The Guardian.

Os democratas também perguntarão se a delegação ucraniana apresenta pedidos de tecnologia de drones. Os líderes do partido do presidente se mostram cautelosos quanto ao fornecimento de sistemas de armas que possam ser usados para atacar o território russo. Citando fontes do Congresso, o meio de comunicação afirma que Zelensky será questionado sobre o papel de Kiev nos recentes ataques a Moscou e a outros alvos do território russo.
Operação militar especial russa
Com indústria da Ucrânia em frangalhos, Zelensky anuncia produção de armas em parceria com os EUA
No que diz respeito aos mísseis ATACMS solicitados por Kiev, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano, John Kirby, declarou que a questão não havia sido resolvida. "Os ATACMS não estão excluídos. Seguimos com as discussões aqui no grupo interinstitucional sobre esse sistema de armas específico, mas nenhuma decisão foi tomada", contou o funcionário aos jornalistas em 20 de setembro.
De acordo com o The Guardian, Kiev quer os ATACMS para atacar bem atrás das linhas de defesa russas com o objetivo de interromper os seus abastecimentos e desmoralizar as tropas entrincheiradas. Entretanto, de acordo com declarações de funcionários norte-americanos, o Pentágono está preocupado com o inventário de ATACMS para as necessidades de defesa de Washington.
Além disso, disseram que a Casa Branca quer ter certeza de não fornecer armas que possam ser usadas para atacar o território russo temendo que Moscou considere isso um ataque direto de forma a agravar o conflito. Ainda assim, após o encontro com Zelensky, Joe Biden anunciou que os Estados Unidos e os seus aliados continuarão a fornecer armas à Ucrânia para apoiar a sua contraofensiva no contexto do conflito que o país europeu atravessa desde fevereiro de 2022.
Além disso, o presidente dos EUA anunciou um novo pacote de segurança para Kiev que incluirá a segunda remessa de sistemas de defesa aérea Hawk e entregas mensais de armas adicionais durante o inverno. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao mesmo tempo, informou que autorizou o envio de US$ 128 milhões em equipamento militar dos EUA para a Ucrânia, que serão fornecidos juntamente com US$ 197 milhões previamente autorizados. O pacote inclui defesa aérea, artilharia e bombas de fragmentação para apoiar a Ucrânia na sua contraofensiva, de acordo com um comunicado do governo.
Panorama internacional
Suspeitando fim da ajuda militar, Zelensky mostra fúria na Assembleia Geral da ONU, diz mídia
A Rússia lançou a sua operação militar especial na Ucrânia em resposta ao pedido das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, anteriormente reconhecidas por Moscou como Estados soberanos, de assistência ante ao genocídio por parte de Kiev.
Segundo o presidente Vladimir Putin, a contraofensiva ucraniana, iniciada em 4 de junho, não parou, mas fracassou. Falando no Fórum Econômico Oriental, que tomou lugar em Vladivostok no início de setembro, o presidente russo disse que nos três meses desde o início da contraofensiva ucraniana, Kiev sofreu cerca de 71 mil baixas. "Portanto, parece que os seus patrocinadores ocidentais os estão pressionando a ‘arrancar’ o máximo que podem", observou Putin.
Comentar