Um novo livro está trazendo revelações sobre a verdadeira razão pela qual o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, se recusava a usar máscara: Trump estava preocupado com sua maquiagem, mais especificamente com seu bronzeador, que transferiria para as máscaras que ele usava.
A afirmação vem de Cassidy Hutchinson – ex-assessora da Casa Branca e assistente do ex-chefe de gabinete Mark Meadows, que deve lançar em breve um livro de memórias detalhando seu tempo na Casa Branca durante a administração Trump.
Em seu livro, Hutchinson descreve uma visita às instalações da Honeywell em Phoenix, Arizona, onde Trump foi criticado por não usar máscara durante sua presença no local. As críticas surgiram no momento em que os próprios funcionários usavam coberturas faciais e também faziam máscaras.
O ex-presidente teria questionado se deveria ou não usar máscara durante a viagem. Diz-se que ele colocou uma máscara branca, virou-se para os funcionários e pediu a opinião deles.
"Eu balancei minha cabeça lentamente. O presidente tirou a máscara e perguntou por que eu achava que ele não deveria usá-la", escreveu Hutchinson em seu livro. "Apontei para as alças da N95 que estava segurando. Quando ele olhou para as tiras da máscara, viu que estavam cobertas de bronzeador."
Trump, descontente com esta informação, perguntou: "Por que mais ninguém me disse isso?", antes de acrescentar: "Não vou usar essa coisa."
"A imprensa o criticava por não usar máscara, não sabendo que a profundidade da sua vaidade o levou a rejeitar as máscaras – e depois milhões dos seus fãs seguiram o exemplo", teria escrito Hutchinson. Trump não explicou o verdadeiro motivo pelo qual visitou as instalações sem máscara. Na época, ele disse aos repórteres que havia consultado o presidente-executivo da empresa.
Durante o voo, Trump especulou sobre sua saúde e disse que sua voz soou "um pouco estranha" durante um comício em Duluth, Minnesota. Ele então disse que não queria que a mídia o acusasse de ter COVID-19, ao que Meadows "riu e prometeu a ele que cuidaríamos disso se acontecesse", referindo-se a Hutchinson.
Em seu próprio livro, Meadows teria escrito que Trump havia testado positivo para COVID-19 três dias antes do debate, mas desconsiderou isso depois que outro teste deu negativo.
Apesar do agravamento dos sintomas, Trump realizou eventos públicos, incluindo o debate, bem como uma recepção para famílias de militares em luto.
Hutchinson confirmou essas afirmações em seu livro, escrevendo que Meadows e ela estavam em uma limusine após essa viagem de avião. Ela perguntou se Trump tinha COVID-19, mas Meadows não respondeu.
"Seu silêncio respondeu a todas as minhas perguntas", escreveu Hutchinson. "O vírus havia atingido os mais altos escalões do poder."
Os apoiadores de Trump seguiram o seu exemplo e tornaram-se antiuso de máscaras, pessoas que, durante a pandemia, não só eram menos propensas a usar máscara, como também se opunham veementemente a fazê-lo. Trump acabou por suavizar o seu tom em relação às máscaras, mas o estrago já estava feito: entre março e novembro de 2020, cerca de 121.000 americanos haviam morrido, muitos dos quais poderiam ter sido poupados através do uso de máscaras, observaram novos relatórios.