A União Europeia (UE) não tem intenção de se desacoplar da China, mas precisa se proteger quando sua abertura for abusada, afirmou Valdis Dombrovskis, comissário europeu para o Comércio, durante uma visita ao país asiático, citado no sábado (23) pela agência britânica Reuters.
A viagem foi projetada para renovar o diálogo com a China após a pandemia de COVID-19, com ambos os lados buscando esfriar as tensões sobre questões que incluem investimento estrangeiro, comércio e geopolítica.
A UE registrou um comércio bilateral recorde com a China em 2022, mas é "muito desequilibrado", disse Dombrovskis em um discurso na conferência anual Cúpula Bund em Xangai, China.
"A criação de um mercado aberto entre seus membros foi um dos princípios fundadores da UE. Também estamos comprometidos com o comércio global livre e justo. E 'justo' é a palavra-chave aqui", destacou ele, citando um déficit comercial de quase € 400 bilhões (R$ 2,11 trilhões).
Para o alto responsável europeu, tal significa que "a UE também precisa se proteger em situações em que sua abertura é abusada".
"Isso significa minimizar nossas dependências estratégicas para um número seleto de produtos estratégicos."
Apesar disso, segundo ele, a estratégia econômica da UE está focada na redução de riscos, não no desacoplamento.
Bruxelas culpa seu déficit comercial com a China em parte pelas restrições chinesas às empresas europeias.
A visita do alto responsável europeu vem pouco mais de uma semana depois que a Comissão Europeia anunciou que investigaria a possibilidade de impor tarifas punitivas para proteger os produtores europeus das importações de veículos elétricos chineses mais baratos que, segundo ela, estão se beneficiando de subsídios estatais.