A França decidiu retirar seu embaixador e diplomatas do Níger em meio a tensões entre as novas autoridades nigerinas e o país europeu, anunciou no domingo (24) Emmanuel Macron, presidente da França.
"Não estamos aqui para sermos reféns de golpistas", apontou ele. Macron disse que a França continuará ajudando os países africanos na luta contra o terrorismo, mas somente para "governos democraticamente eleitos".
"Nas próximas horas, nosso embaixador no Níger, juntamente com a equipe diplomática, retornará à França", disse o líder francês, acrescentando que a retirada dos soldados franceses "será organizada nas próximas semanas", e que a presença militar francesa no Níger chegará ao fim até o final do ano.
De acordo com Macron, "os líderes golpistas são amigos da desordem", mas a França não pode mais intervir nos assuntos internos dos países africanos.
"A África francesa não existe mais", sublinhou.
As relações entre o Níger e a França têm se deteriorado rapidamente nos últimos meses. Macron declarou que Paris não reconhece o poder da junta militar que atualmente governa o país africano.
Além disso, no início de setembro, o presidente francês declarou que uma possível redistribuição das tropas francesas no Níger só ocorreria a pedido do presidente deposto do país, Mohamed Bazoum.
No domingo (24), o novo governo do Níger proibiu que as aeronaves francesas utilizassem seu espaço aéreo.