Panorama internacional

'Não sabem nada sobre a ameaça do fascismo', diz Kremlin sobre homenagem canadense à nazista

Dmitry Peskov, porta-voz do presidente da Rússia, classificou as ações ocorridas no Canadá como "ultrajantes" e "descuidadas em relação à memória" dos crimes nazistas dentro do país norte-americano que, na semana passada, viu sua Câmara ovacionar um veterano nazista.
Sputnik
"Esses crimes [nazistas] não têm data de validade ou prescrição. Este tipo de negação da memória é ultrajante", disse Peskov à imprensa.
Ainda segundo o porta-voz, as novas gerações do Ocidente se esqueceram das lições aprendidas durante a Segunda Guerra Mundial, razão pela qual o fascismo ameaça ressurgir no mundo.

"Não sabem nada sobre a ameaça do fascismo. Isso pode fazer com que o fascismo apareça em todo lado. E agora o estamos vendo se erguer bem no centro da Europa, na Ucrânia. É contra isso que estamos lutando", afirmou.

Toda a polêmica começou quando Anthony Rota, presidente da Câmara dos Comuns, câmara baixa do Parlamento canadense, saudou e iniciou uma ovação ao veterano da Segunda Guerra Mundial Yaroslav Hunka, de 98 anos, que lutou na Primeira Divisão Ucraniana antes de imigrar para o Canadá. As falas de Rota foram feitas durante a introdução de Vladimir Zelensky na Casa.
Esse grupo também ficou conhecido como Divisão Galícia e foi incorporado à 14ª Divisão de Granadeiros da SS, exército paramilitar do Partido Nazista. Composta de voluntários, muitos eram admiradores do líder fascista Stepan Bandera (1909–1959), colaboracionista nazista ucraniano durante a Segunda Guerra Mundial, ou viam os nazistas como aliados capazes de garantir autonomia perante Moscou.
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Rota, que pediu desculpas por suas ações, foi criticado por movimentos sociais e nações ao redor do mundo.
A comunidade judia Amigos do Centro Simon Wiesenthal (que estuda o Holocausto) afirmou em um comunicado que "o fato de que um veterano que serviu em uma unidade militar nazista foi convidado e ovacionado no Parlamento é escandaloso".
A organização acrescentou que "não há dúvidas" de que a unidade na qual Hunka serviu foi responsável por matar civis "com um nível de brutalidade e rancor inimagináveis".
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