Panorama internacional

ONU rechaça homenagem a soldado nazista feita por Parlamento, Trudeau e Zelensky no Canadá

Em meio à repercussão mundial da homenagem feita pelo Parlamento canadense a um indivíduo que atuou nos exércitos nazistas na Segunda Guerra Mundial, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que a organização é contrária a homenagear nazistas, mas que leva em consideração as desculpas emitidas pela Casa legislativa.
Sputnik
"Pelo que vi em reportagens, o presidente da Câmara em Ottawa pediu desculpas por convidar este indivíduo, apresentando as razões que deu. Nós, é claro, nos opomos a qualquer homenagem a pessoas que participaram ativamente de atividades nazistas durante a Segunda Guerra Mundial", disse Dujarric durante uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (25).
Na última sexta-feira (22), Yaroslav Hunka, de 98 anos, recebeu aplausos na Câmara canadense pela sua atuação na Primeira Divisão Ucraniana, também conhecida como Divisão Galícia. Na verdade essas tropas atuavam em conjunto com a SS, Exército paramilitar do Partido Nazista de Adolf Hitler (1889–1945).
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Sediada na região da Galícia, na Ucrânia, a divisão foi incorporada à 14ª Divisão de Granadeiros da SS e foi organizada exclusivamente para combater soviéticos. Composta por voluntários, muitos eram admiradores de Stepan Bandera (1909–1959), colaboracionista nazista ucraniano durante a Segunda Guerra Mundial, ou viam os nazistas como aliados úteis para tentar conquistar autonomia ante Moscou. Essa divisão foi acusada de praticar diversos crimes de guerra.
O ato foi mal visto pela comunidade internacional e canadense, com países como Rússia, Polônia e Israel exigindo retratações.
O presidente da Câmara do Canadá, Anthony Rota, emitiu um pedido de desculpas, dizendo ser o único responsável pela homenagem e que, sob a luz das novas informações, se arrepende de suas ações.
Imprensa, ativistas e líderes mundiais também solicitaram um pedido de desculpas formal do primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que estava presente na sessão e também aplaudiu o soldado nazista. O político, no entanto, afirmou que a decisão de homenagear Hunka foi inteiramente de Rota, e que o pedido de desculpas do legislador foi "a coisa certa a se fazer".
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